RIO - A primeira menção que o "New York Times" fez a Osama bin Laden veio numa reportagem de 1994 sobre a Argélia, que o descrevia como um "milionário saudita que financia grupos islâmicos da Argélia à Arábia Saudita". Dois anos depois, o jornal publicou uma reportagem de 3 mil palavras sobre o papel de ricos homens de negócios sauditas no financiamento ao terrorismo - boa parte do artigo já era dedicada a Bin Laden. Mesmo assim, o terrorista continuou desconhecido do público em geral até os bombardeios às embaixadas americanas no Quênia e na Tanzânia, em 1998. O ataque suicida contra o porta-aviões americano USS Cole, em 2000, estabeleceu Bin Laden e seu grupo, a al-Qaeda, como a principal ameaça terrorista aos interesses americanos.
Agora, claro, a história de vida de Bin Laden é bem conhecida: nascido em 1957 na Arábia Saudita, seu pai era um imigrante iemita que fez fortuna no país. Na década de 80, o jovem Bin Laden foi para o Afeganistão, onde jihadistas - apoiados pelos EUA - lutavam contra a ocupação soviética. Depois, veio o crescimento da al-Qaeda, as tentativas de os EUA matarem Bin Laden nos anos 90. Até o apoio do terrorista a um plano audacioso, arquitetado por Khalid Sheik Mohammed: os atentados do 11 de Setembro contra o World Trade Center, em Nova York; e o Pentágono, em Washington, que provocaram a morte de mais de 3 mil pessoas.
Depois, com a invasão do Afeganistão, Bin Laden escapou para montanhas de Tora Bora, no leste do país, quando o regime do Talibã, que o protegia, foi retirado do poder. Até este domingo, Bin Laden havia conseguido fugir de todas as tentativas dos EUA de o capturarem, e volta e meia ainda fazia ameaças contra americanos e seus aliados. Nestes quase 10 anos desde o 11 de Setembro, Bin Laden alternou sua vida entre essas ameaças e a busca por esconderijos - da remota região do Waziristão paquistanês aos subúrbios de Islamabad.
Desde que escapou das tropas americanas que invadiram o Afeganistão, em 2001, uma guerra que completará seu décimo ano e já deixou quase 50 mil mortos, Bin Laden enviou cerca de 30 mensagens em áudio, vídeo e textos eletrônicos
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