Do Diário Catarinense
Nada de guarânias melancólicas. O ritmo em que o Paraguai comemorou 200 anos de independência, no final de semana, é de crescimento de 15,3%, o segundo maior registrado no mundo no ano passado. O efeito de exportações, investimentos e construções salta aos olhos de quem visita o país e fortalece a economia que antes era considerada a mais débil da região.
Para a maioria dos brasileiros, é um vizinho desconhecido, cortado ao meio pelo rio que lhe empresta o nome. Para o bicentenário da independência, comemorado no final de semana, o Paraguai se vestiu de azul, branco e vermelho com o orgulho de ser o segundo país em crescimento do planeta, quarto maior exportador mundial de soja e oitavo maior provedor global de carne bovina. Não é o país do tráfico, do contrabando e do roubo de carros: é uma economia atraente para investidores de Estados Unidos, Brasil, Espanha e Grã-Bretanha – as quatro maiores fontes recentes de investimento no país.
– O Paraguai ainda é um desconhecido, o que gera preconceito – testemunha Wagner Weber, presidente do Centro Empresarial Brasil-Paraguai, com sede em Curitiba.
Depois da seca e da crise financeira global, que causaram retração em 2009, o crescimento do ano passado só ficou atrás do Catar (veja gráficos). Para 2011, segue embalado por mais uma safra recorde, estimada em 8,4 milhões de toneladas de grãos, 10% acima da anterior. Em três anos, deve se tornar o quarto exportador mundial de carne. A agropecuária responde pela maior geração de riqueza, mas nos últimos anos os investimentos se diversificaram para segmentos como construção, infraestrutura e indústria.Para a maioria dos brasileiros, é um vizinho desconhecido, cortado ao meio pelo rio que lhe empresta o nome. Para o bicentenário da independência, comemorado no final de semana, o Paraguai se vestiu de azul, branco e vermelho com o orgulho de ser o segundo país em crescimento do planeta, quarto maior exportador mundial de soja e oitavo maior provedor global de carne bovina. Não é o país do tráfico, do contrabando e do roubo de carros: é uma economia atraente para investidores de Estados Unidos, Brasil, Espanha e Grã-Bretanha – as quatro maiores fontes recentes de investimento no país.
– O Paraguai ainda é um desconhecido, o que gera preconceito – testemunha Wagner Weber, presidente do Centro Empresarial Brasil-Paraguai, com sede em Curitiba.
– É uma economia totalmente aberta, com impostos baixos e livre curso para o dólar – observa Max Haber, presidente do Centro de Importadores do Paraguai (CIP).
Traduzindo: imposto de renda para empresa e sobre valor agregado (equivalente ao ICMS brasileiro) tem teto de 10%. Não há imposto de renda para pessoa física. Foi aprovada lei criando a taxação, mas a vigência está suspensa, e a maioria dos paraguaios e brasileiros duvida que venha a ser aplicada. Bancos oferecem contas em guaranis, dólares e reais. Na média, metade das contas é aberta em guaranis e metade em dólares.
Há cerca de um mês, foi anunciada a implantação do World Trade Center de Assunção, iniciativa do empresário paraguaio Victor González Acosta, que assina boa parte das obras na área apelidada de Assunhattan – contração de Assunção com Manhattan. Na confluência dos bairros de Villa Morra e Carmelitas, onde mansões arborizadas dividem espaço com lojas de grife e serviços sofisticados, será erguido um complexo de quatro torres de 20 andares cada, em frente a um dos vários novos shoppings da capital.
– O melhor ainda está por vir – garante González Acosta, empreendedor que projetou, ergueu e é proprietário do hotel que levou a bandeira Sheraton a Assunção.
E, durante a semana, o país colecionou mais um feito: o Brasil vai triplicar o que paga pela energia de Itaipu. Riqueza da agropecuária, ousadia de empreendedores e impostos baixos se combinam para atrair empresas brasileiras. Entre 2005 e 2010, o investimento verde-amarelo triplicou – de US$ 137 milhões para US$ 413 milhões –, o que se vê nas ruas marcadas por logotipos como Itaú, Petrobras, Florense e Marelli. O maior investimento privado do país faz a síntese: associada à local Yguazu Cementos, a Camargo Corrêa constrói uma cimenteira de US$ 103 milhões para obras públicas e privadas.
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