Do diário Catarinense
Estresse atinge 15% dos agentes
Levantamento ao qual o DC teve acesso ouviu bombeiros, peritos, militares e o grupo mais preocupante: os policiais civis
O nível de estresse nos servidores da Secretaria de Segurança Pública (SSP) está à beira da exaustão, segundo um estudo que será divulgado no próximo dia 18. Na sexta-feira, o Diário Catarinense teve acesso a parte dos números do Mapeamento de Fontes de Estresse.
O estudo mostrou que 15% dos trabalhadores da SSP sofrem desse mal. É praticamente um em cada seis servidores. O catalisador desse problema é a hora extra feita para complementar o salário.
De acordo com o psicólogo Roberto Moraes Cruz, professor da UFSC e consultor da pesquisa, o percentual fica atrás apenas de níveis constados entre professores do ensino fundamental, enfermeiros de UTI de hospital infantil e médicos plantonistas. O resultado surpreendeu negativamente o professor.
– No início da pesquisa, a gente esperava um número entre 5% e 7%. Veio o dobro – alertou.
Outra “desmistificação”, segundo Roberto, ocorreu no tipo de servidores que apresentaram estresse. A amostra revelou uma homogeneização do problema entre as quatro corporações analisadas – Instituto Geral de Perícias, Polícia Militar, Polícia Civil e Corpo de Bombeiros.
– Acreditava-se que haveria um diferencial de acordo com o sexo, idade, tempo de serviço e hierarquia. Nada. Desde o mais novos até os mais velhos, desde aquele em início de carreira até o que está em posto mais elevado, todos apontaram os mesmos agentes causadores do estresse – destacou o psicólogo.O estudo mostrou que 15% dos trabalhadores da SSP sofrem desse mal. É praticamente um em cada seis servidores. O catalisador desse problema é a hora extra feita para complementar o salário.
De acordo com o psicólogo Roberto Moraes Cruz, professor da UFSC e consultor da pesquisa, o percentual fica atrás apenas de níveis constados entre professores do ensino fundamental, enfermeiros de UTI de hospital infantil e médicos plantonistas. O resultado surpreendeu negativamente o professor.
– No início da pesquisa, a gente esperava um número entre 5% e 7%. Veio o dobro – alertou.
Outra “desmistificação”, segundo Roberto, ocorreu no tipo de servidores que apresentaram estresse. A amostra revelou uma homogeneização do problema entre as quatro corporações analisadas – Instituto Geral de Perícias, Polícia Militar, Polícia Civil e Corpo de Bombeiros.
Entre os cerca de cem itens apresentados na pesquisa, a maioria dos 2,6 mil servidores entrevistados ressaltou que as deficiências organizacionais e salariais são os principais causadores. Para Roberto, isso mostra que trabalhar na rua, enfrentando a criminalidade, “está longe de ser o mais estressante”.
A Polícia Civil amargou os piores índices indicativos: 15,4% já estão em quase-exaustão, e 2,2% chegaram à exaustão (veja na página ao lado).
O mapeamento foi desenvolvido num convênio entre a Diretoria de Formações e Capacitação (DIFC), da SSP, e a Secretaria Nacional de Segurança Pública, que repassou R$ 1 milhão em 2009 para o desenvolvimento do projeto. Foram ouvidos 475 policiais civis, 1.766 policiais militares, 373 bombeiros e 60 trabalhadores do Instituto Geral de Perícias, em todas as regiões do Estado, em 2010.
– Com esse estudo, o governo estadual terá orientações de como atuar no combate nessa questão – ponderou Cláudio Gomes, diretor do DIFC.
O secretário de Segurança Pública de SC, César Gruba, disse que só comentará o mapeamento no dia 18, quando receber os resultados.
pedro.rockenbach@diario.com.br
PEDRO ROCKENBACH
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