Leio “O bin Laden que conheço”, do jornalista americano Peter L. Bergen. Como se vê pelo título, foi escrito antes da morte de bin Laden.
Bergen teve uma boa idéia. Reuniu depoimentos de gente que, ao longo dos anos, esteve com bin Laden nas mais diversas situaçõe: jornalistas que o entrevistaram, militantes do Islã que lutaram a seu lado e por aí vai.
Vou anotando muita coisa que me chama a atenção. Informações que me permitem ter uma visão mais fundamentada no mundo moderno.
Trago para cá uma passagem que registra uma conversa de um jornalista da rede de televisão americana com bin Laden antes de 2001, o ano em que foram derrubadas as Torres Gêmeas. Bin Laden já tinha declarado guerra aos Estados Unidos numa fatwa – uma espécie de edito islâmico de cunho religioso.
Traduzo, na íntegra, a passagem. A explosão a que o jornalista se refere tinha ocorrido no mesmo World Trade Center de Manhattan que seria alcançado depois pelos aviões tomados pela Al-Qaeda.
“Perguntei a ele sobre o bombardeio do WTC em 1993. ‘Não é como combater os russos no campo de batalha. Isto é mirar em inocentes e civis.”
E ele disse. “É muito estranho ouvir isso de um americano. Não foi seu país que bombardeou Nasasaki e Hiroxima? Não havia mulheres, crianças e civis lá? Vocês inventaram esse jogo terrível e nós muçulmanos tivemos que usar essas mesmas táticas contra vocês.” Foi um argumento muito bem formulado.”
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