27 de jul. de 2011

Internação compulsória de menores dependentes de droga gera polêmica

Do profissão repórter da Globo, sugestão de Alexandre Moraes da Rosa

Uma das grandes dificuldades de quem trabalha com dependentes químicos, especialmente os que estão nas ruas, é fazer com que os jovens usuários entendam a gravidade do consumo excessivo de drogas e aceitem fazer um tratamento. No Rio de Janeiro, essa dificuldade levou a prefeitura a conseguir na justiça uma autorização para internar menores compulsoriamente. Ou seja, interná-los à força. As imagens desse recolhimento dos menores foram mostradas no Profissão Repórter de terça-feira, 19 de julho.
 A medida é polêmica e divide a opinião de especialistas. Daniel Daltin Assis, advogado do Cedeca (Centro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente) de Interlagos, diz que a ação é equivocada e ilegal. “A internação deve ser determinada previamente por um juiz, de forma individualizada e com o uso de um laudo médico. Não pode ser feita de forma genérica”, diz o advogado. Para o Cedeca, a abordagem dos menores deve ser um processo gradual que respeite as individualidades das crianças. E que somente com diálogo e criação de vínculos com os jovens, é possível convencê-los a fazer um tratamento.
 Já a psiquiatra Jackeline Suzie Giusti, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP, acredita que a internação obrigatória pode sim ajudar. “Quando o usuário está sob efeito da droga, ele não tem capacidade de raciocinar e saber o que é melhor. Com a internação, existe a chance de orientá-lo e motivá-lo a sair da situação de risco”, diz. A médica lembra ainda que, em alguns casos, os jovens podem morrer se não forem tratados.

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