27 de jul. de 2011

Chamar de "viado" não estimula carnificina, afirma Bolsonaro



Ana Cláudia Barros no Terra Magazine
Mais conhecido por polêmicas do que pela atividade parlamentar, o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) conquistou notoriedade graças às ideias conservadoras que prega. Seu posicionamento contrário aos homossexuais rendeu a fama de homofóbico e, ao mesmo tempo, a simpatia dos que se identificam com o tom mais reacionário de seu discurso.
Em entrevista a Terra Magazine, Bolsonaro afirmou que não vê em suas declarações, incitação à violência contra a população de lésbicas, gays, bissexuais e transexuais (LGBT) e rechaçou a possibilidade de servir de inspiração para os mais radicais. Os atentados ocorridos na Noruega na semana passada fizeram acender a luz vermelha em relação ao aumento, cada vez mais evidente, de grupos de ultradireita, pautados em ideais com fortes traços fascistas.
O deputado defende que os ataques físicos aos homossexuais, frequentemente noticiados pela imprensa, são resultado da tentativa dos LGBTs de "quererem se transformar numa classe especial, com superdireitos". Indagado se não considerava que o tratamento que vem dando a esse grupo - incluindo os rótulos pejorativos - poderia ajudar a legitimar as agressões, retrucou irritado:
- Chamar alguém de viado agora é estimular a carnificina?
Em seguida, concluiu com ironia:
- Vamos fazer o seguinte: antes de mim, você criminaliza o Costinha (humorista) post-mortem. O Costinha, a cada três piadas, duas falava em bichinha. E não tinha essa história de homofobia. Eu não estou contando piada de homossexual por aí. Eu entrei na briga do "kit gay" (referência ao kit contra homofobia desenvolvido pelo Ministério da Educação).
Confira a entrevista.
Terra Magazine - O atirador norueguês Anders Behring Breivik apresentava ideias ultra-conservadoras, mostrava posição anti-islâmica e já atuou em partido de extrema direita (um dos alvos dos atentados foram militantes de um partido de esquerda). O senhor frequentemente é acusado de ter um discurso reacionário. Não considera que algumas de suas declarações, principalmente sobre homossexuais, podem acabar incitando atos de violência? 

Jair Bolsonaro - 
Muito pelo contrário! Acho que esta intenção dos grupos homossexuais de quererem se transformar numa classe especial, com superdireitos é que estimula a violência.
Mas o senhor realmente não acha que sua aversão a gays, lésbicas pode ser interpretada por uma pessoa mais radical como um estímulo à agressão a esta população?
Estamos na iminência de colocar um ponto final nessa brincadeirinha desses grupos homossexuais. Por quê? Nós estamos com um requerimento de informações junto a algumas secretarias de segurança sobre o nome dos homossexuais que foram assassinatos e a origem. Queremos saber o local, o horário e a circunstância.
Segundo levantamento do Grupo Gay da Bahia (CGB), o Brasil figura entre os países onde mais se matam homossexuais. 
Por favor, deixe eu completar o primeiro raciocínio.
Ok...
Uma grande maioria (de homossexuais) morre em local de prostituição, de consumo de drogas ou é assassinada pelo seu parceiro homossexual, porque o ciúme entre eles é uma coisa anormal. Existe ciúme entre homem e mulher, que leva muitas vezes à morte, mas proporcionalmente, a morte entre homossexuais é muito maior. Então, eles não estão com essa bola toda como querem pregar. Se fosse um pessoal puro... Dizem que são perseguidos por grupos heterossexuais. Não tem nada a ver. 
Você quer ver? Por dia, morrem no Rio (de Janeiro), pelo menos, 10 esposas ou companheiras assassinadas pelos maridos. É um absurdo. Campanha para isso? Não tem como fazer campanha. O homicídio já está capitulado de 12 a 30 anos (pena). Então, você matar um homossexual ou um heterossexual é a mesma coisa. 
Vou acabar com a brincadeirinha deles (homossexuais) porque temos a informação que mais de 80% dos homossexuais que morrem são em locais de prostituição, de consumo de drogas ou executados pelos seus parceiros. Então, quando chegarem as informações concretas...
Agora, você fala em Grupo Gay da Bahia. É um tal de Luiz Mott (fundador). Numa entrevista ao Jô Soares, o Luiz Mott fala duas coisas importantíssimas que desmontam essa história de gay aí...Primeiro, ele fala que o livro que prega homofobia pelo mundo chama-se Bíblia. Ele disse. Está lá a imagem dele. Em seguida, diz: "Eu amo os heterossexuais. Que vocês, homens e mulheres, continuem gerando crianças que se tornem lésbicas ou gays para nos fazer sexualmente".
Mas o senhor não considera que ele pode ter sido irônico, que pode ter sido uma provocação?
Pera aí, não se pode fazer brincadeira com pedofilia. Ele, inclusive, em outras declarações diz que já teve mais de 500 relações homoafetivas, mas que gosta mesmo é de um meninão. Esse cara foi um dos idealizadores do Projeto de Lei 122 (que pede a criminalização da homofobia). 
Eu tive um espaço na Revista Época, entrevistado pela mídia. Foram três páginas. Depois, entrevistaram a bichona aqui, do Rio...o Jean Wyllys (deputado federal pelo Psol-RJ). É bichona porque ele falou na Marília Gabriela que se orgulha de ser chamado de viado.
Deputado, o senhor não pensa que esse tipo de tratamento, esses xingamentos, essa posição mais radical podem ser interpretados como um incentivo à violência?
Chamar alguém de viado agora é estimular a carnificina?
Não, deputado...
Vamos fazer o seguinte: antes de mim, você criminaliza o Costinha (humorista) post-mortem. O Costinha, a cada três piadas, duas falava em bichinha. E não tinha essa história de homofobia. Eu não estou contando piada de homossexual por aí. Eu entrei na briga do "kit gay" (referência ao kit contra homofobia desenvolvido pelo Ministério da Educação).
Mas não são raros os casos de agressão a homossexuais. O senhor não acha que uma pessoa mais radical pode interpretar isso como...
Então, vamos acabar com os filmes de bangue-bangue. Não será mais permitido filme do (Arnold) schwarzenegger...
Falando em agressão, o senhor tomou conhecimento do caso ocorrido recentemente em São João da Boa Vista, São Paulo, onde pai e filho foram surrados depois de serem confundidos com um casal gay? Só porque se abraçaram. 
O que está levando a essas agressões é exatamente esses grupos homossexuais quererem superdireitos. Quer ver uma coisa? Eu não vendo minha bicicleta por R$200 para uma pessoa, porque sei que o cheque não vai ter fundo. Aí, vendo a mesma bicicleta por R$ 100 para outro cara, que sei que vai me pagar. Esse cara dos R$ 200, de acordo com o PL 122 que está no Senado, vai à delegacia e diz: "Olha, o deputado Bolsonaro não vendeu a bicicleta para mim por R$ 200 e vendeu para o João por R$ 100 só porque sou homossexual". 
Olha, eu vou ter problemas sérios. Isso é crime inafiançável. Eu pego de dois a cinco anos de cadeia. Você acha justo isso? É um projeto para combater a homofobia?
Como o senhor interpreta o Projeto de Lei 122 então?
É uma barbaridade. Se você não alugar, vender um bem seu para uma pessoa só porque ela é homossexual, você pode pegar de dois a cinco anos de cadeia. Eu posso me reservar ao direito de não alugar um apartamento meu por um motivo qualquer. "Olha, esse cara tem pinta de que vai dar dor de cabeça". Mas a partir do momento que não alugo meu apartamento para um homossexual, eu pego de dois a cinco anos de cadeia.
E o senhor alugaria seu apartamento para um homossexual, deputado?
A princípio não.
Mas se ele pagasse corretamente, qual o problema?
É problema meu. Como não alugaria para um ex-estuprador, para alguém que cumpriu uma pena num presídio qualquer ou alguém que tem comportamento espalhafatoso, cara que grita, fala alto, vive brigando com a mulher. O bem é meu. Agora, vamos lançar no mercado a figura do corretor de imóveis homossexual. Esse cara vai ter prioridade, como muita gente hoje contrata idoso para ser despachante. Então, vou contratar um homossexual para ser corretor.
Mas e esse caso do pai e filho agredidos por serem confundidos com homossexuais? 
É um imbecil o cara que agrediu. Mesmo que fosse um casal de homossexuais. Agora, os homossexuais têm que se comportar em via pública como hétero se comporta. Eu não fico dando beijo na boca da minha esposa quando vou a restaurante, quando estou em praça pública. Esses caras querem demonstrar em praça pública que são uma raça superior, aí provocam os outros. E estão provocando.
Então, o senhor acha que...
Estão provocando. Estão provocando. Esse cara que agrediu pai e filho, como o da lâmpada, aí, em São Paulo (agressão ocorrida neste ano na Avenida Paulista) são uns imbecis, como o que matou 80 na Noruega, guardando as devidas proporções. Enquadra os que agrediram pai e filho, talvez, em tentativa de homicídio. Agressão não tem nem o que discutir. 
É o seguinte, o que revolta muita gente que conversa comigo...porque muitas vezes, vocês (da imprensa) só vêm com exemplo de homossexuais agredidos. Agora, agressão maior é um pai que está num restaurante com sua esposa, com um casal de filhos de cinco, seis anos e chegam dois homossexuais e começam a fazer manifestações que agridem a você tanto quanto se fosse um casal heterossexual. Temos que preservar a família em primeiro lugar. O dia em que você esculhambar com a família, acabou nosso país. Vamos virar um bando. 
Tem um exemplo. Posso falar um palavrão para você? O Olavo de Carvalho, um filósofo aí - pô, o cara fala bem pra caramba. Ele falou o seguinte: "Imagina, o seu pai vai viajar, sua mãe fica sozinha em casa, daí, entra lá um cara e come sua mãe. Deita e rola. Porra, o povo fica sabendo, comenta, chama o cara (pai) de chifrudo. Sem problema. 
Agora, o contrário. Sua mãe viaja e seu pai fica em casa. Entra um cara e come o rabo do seu pai. Se alguém falar alguma coisa é homofobia. Você está entendendo que hipocrisia.
Mas o senhor não acha que este é um exemplo caricato?
Não, é a realidade. Os homossexuais têm que aparecer sendo bons jornalistas, engenheiros, técnico, bom profissonal, e não porque estão aí, fazendo sexo com, com...com o ânus, pô! Ok? 
Eu vejo um deputado na Câmara - não vou falar o nome dele. Com aquela carinha de rato - não vou falar o nome dele. Se você quiser falar quem é, problema é seu. Ele diz: "Eu sou homossexual e assumo. Eu sou feliz. Aqui, ninguém é feliz". Ele quer ser melhor do que os outros, porque usa o corpinho dele cabeludo com outros homens.
O senhor vê algum problema no fato de ele revelar a própria orientação sexual?
Problema nenhum, fica à vontade. Ele se acha macho porque revelou num programa de televisão (risos).

Um comentário:

  1. Esta criatura vai fazer um comercial de calcinhas ao lado de uma modelo semi-nua!! Onde estão os bons costumer que esta aberração prega??

    ResponderExcluir