22 de out. de 2010

Razões das melhorias sociais no estado de São Paulo de 2003 a 2008

Porque São Paulo deve agradecer a política economica de Lula
do Centro Celso Furtado
Por Waldir Quadros (prefácio, integra no link)
 Melhorias sociais no estado de São Paulo: 2004 a 2008


Waldir Quadros-Professor colaborador do Cesit – Centro de Estudo Sindicais e de Economia do Trabalho e do Instituto de Economia da Unicamp. Nossos agradecimentos à colaboração do Professor Dr. Alexandre Gori Maia.

O comportamento da estrutura social paulista condensa de forma aguda os dilemas, impasses e potencialidades da sociedade brasileira. E isso, entre outras razões, porque ele reflete integralmente os efeitos perversos que a ausência de um padrão de desenvolvimento auto sustentado provoca nas estruturas econômicas mais complexas, diversificadas e desenvolvidas do país.

Como sabemos, um dos aspectos centrais deste fenômeno reside na crise que se abate sobre a indústria e suas ramificações setoriais.
Sem pretender aqui reconstituir todos os passos deste longo processo é importante retermos seus principais traços. Um aspecto antecedente, porém decisivo, é a privatização do Estado, que avança durante o regime militar com os interesses dominantes se incrustando nas principais instâncias decisórias do gasto público. Igual relevância assume a gestação da ciranda financeira já nos primeiros sinais de debilidade do “milagre” econômico, na segunda metade dos anos setenta, facultando a valorização da riqueza fora da produção. Por sua vez, a estagnação dos anos oitenta junto com a aceleração inflacionária provoca a letargia tecnológica e produtiva, com o crescimento do desemprego aberto.

A atabalhoada abertura comercial (e financeira) dos anos noventa, seguida de juros elevados e câmbio valorizado, completa o quadro de dificuldades que se abate sobre a indústria doméstica, incapaz de enfrentar a concorrência estrangeira em condições tão desfavoráveis.

Como resultado, inúmeras fábricas encerram suas atividades, abrem-se sérias lacunas nas cadeias produtivas e as empresas sobreviventes adotam estratégias eminentemente defensivas, ganhando peso atividades de menor sofisticação e conteúdo tecnológico. Avançam a desnacionalização, concentração e centralização do capital.

Agravam-se violentamente o desemprego e a precariedade no trabalho, em condições de ampla e perversa rotatividade no emprego.

Vai na mesma direção o profundo processo de privatização das empresas produtivas estatais, o que também implica no estreitamento da capacidade de regulação do estado.

Tal como realizamos em âmbito nacional, a análise da performance social paulista toma como pano de fundo o longo período de dificuldades que se observa a partir de 1981, e se detém com mais vagar no recente ciclo de crescimento econômico mais expressivo que vai de 2004 a 2008. Os estudos sobre a crise de 2009 e a recuperação que se inicia já em 2010 ficarão para quando as respectivas PNADs estiverem disponiveis.
 
http://www.centrocelsofurtado.org.br/adm/enviadas/doc/pt_00000135_20101016221923.pdf

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