31 de out. de 2010

Dilma tem história semelhante à de outras mulheres no poder

Do portal Terra

Apesar de ser a primeira presidente mulher do Brasil, Dilma Rousseff (PT) não vai inaugurar uma tradição ao ocupar um cargo tipicamente masculino. A História é plena de exemplos de mulheres chefes de Estado, inclusive na própria América Latina. O Terra selecionou alguns exemplos emblemáticos de mulheres que chegaram ao poder:
Na América Latina:
Costa Rica - Laura Chinchilla Miranda foi eleita presidente da Costa Rica em maio de 2010. Entre 1994 e 2008, ela chefiou os ministérios de Segurança e Justiça. Desde 2008, ocupava o cargo de Ministra da Segurança, mas deixou a pasta para se tornar a candidata do partido liberal à presidência.
Argentina - Cristina Fernández Kirchner foi a sucessora de seu marido, Nestor Kirchner, na presidência da Argentina, e assumiu o cargo em dezembro de 2007. Antes de ocupar a cadeira, Cristina já havia atuado como membro da Assembleia de Santa Cruz (1989 - 1995) e vice-presidente da Assembleia em 1990. Ela também já havia sido eleita senadora e deputada.
Maria Estella Martínez de Perón, conhecida como Isabelita Perón, foi a primeira presidente da Argentina. Ela assumiu o cargo após a morte de seu marido, Juan Perón, do qual ela era vice-presidente, entre os anos de 1974 e 1976. Foi deposta pelo golpe militar e se exilou na Espanha até 1993. Ela é frequentemente confundida com Eva Perón, segunda mulher de Juan.
Chile - Michelle Bachelet Jeria foi a primeira mulher eleita presidente do Chile, cargo que ocupou entre 2006 e 2010. Também foi ministra da Saúde, entre 2002 e 2004. Seu pai, que era militar, foi morto durante a ditadura de Augusto Pinochet. Michelle e sua mãe foram torturadas pelo regime e se exilaram na Austrália, de onde retornaram em 1979.

Panamá - Mireya Moscoso Rodrígez atuou como presidente do Panamá, entre 1999 e 2004, pelo partido Panameñista, liderado por ela desde 1991. Ela foi a primeira presidente mulher a apontar oficialmente uma primeira-dama, sua irmã, Ruby Moscoso de Young. Seu primeiro marido foi Arnulfo Arias Madrid, presidente do Panamá nos anos de 1940, 1949 e 1968.
Bolívia - Lidia Gueiler Tejada foi a segunda sulamericana a assumir uma presidência. A primeira foi a argentina Maria Estella Martínez de Perón, conhecida como Isabelita Perón. Lidia foi a presidente interina da Bolívia entre 1979 e 1980, após o presidente Walter Guevara Arce deixar o governo por causa de um uma tentativa de golpe.
Haiti - O Senado do Haiti aprovou o nome de Michèle Pierre-Louis como presidente do país em setembro de 2008. Ela foi o terceiro nome indicado pelo presidente René Préval para ocupar a vaga, já que os dois primeiros nomes haviam sido rejeitados no processo de ratificação parlamentar. Ela atuou até novembro de 2009.
Domínica - Dame M. Eugenia Charles atuou como primeira-ministra do pequeno país da Domínica, situado entre o Mar do Caribe e o Oceano Atlântico Norte, no meio do caminho entre Porto Rico e Trinidad e Tobago, de 1980 a 1995.
As Pioneiras:
Tuva - Khertek Anchimaa-Toka foi a primeira mulher a ocupar o cargo de presidência de um país. Ela assumiu o governo de Tuva, país que hoje faz parte da Rússia, em 1940 e ficou no cargo até 1944. Ela foi ativa na era soviética e durante o período de guerras pela independência nacional.
China - Song Qingling (Sung Ch'ing-ling) foi casada com o fundador da República Chinesa, Doutor Sun Yat-sem, em 1914. Ela é descrita como uma das personalidades de maior destaque na China do século XX. Após a morte de seu marido, em 1925, ela apoiou o regime comunista e foi designada como presidente honorária da República Popular da China, como uma das vice-presidentes entre e 1968 e 1974, período em que nenhum presidente é mencionado no país.
Mongólia - Sühbaataryn Yanjmaa atuou como líder da Mongólia entre setembro de 1953 e julho de 1954. Ela era a viúva de Damdiny Sühbaatar, considerado líder nacional mongol. Ao assumir a função de presidente do Grande Hüral, governo da Mongólia.
As que se tornaram símbolos:
Benazir Bhutto - Foi a primeira mulher a comandar um Estado islâmico. Ela assumiu o governo do Paquistão em 1988, seguindo o legado político de seu pai, Zulfikar Ali Bhutto, executado em 1970 pelo general Zia ul Haq. Bhutto voltou ao poder em outubro de 1993, mas, assim como no primeiro mandato, foi destituída por acusações de corrupção, improbidade administrativa. Ela se exilou por 10 anos no Reino Unido e Emirados Árabes e voltou ao Paquistão em 2007, para concorrer à presidência, mas foi morta em um atentado suicida em dezembro daquele ano.
Golda Meïr - Atuou como primeira ministra de Israel entre 1969 e 1974. Ela era considerada como a dama de ferro da política israelense, título cunhado mais tarde por Margaret Thatcher. Aos olhos do mundo, Golda representava a personificação do espírito israelense, apesar de ter nascido na Rússia e educada nos Estados Unidos. Quando ela foi designada primeira-ministra, o país exalava confiança após derrotar os árabes na guerra de 1967 conquistando grandes porções territoriais. Sua rígida política nacionalista foi marcada pela frase: "Não existem palestinos".
Margaret Thatcher - Ela ficou conhecida por governar o Reino Unido com "mão de ferro", após o Partido Conservador conseguir maioria no congresso em 1979. Ela comandou o país na Guerra das Malvinas e conseguiu se reeleger com ampla maioria, em 1982. Em 1987, foi mais uma vez reeleita, mas em 1990, renunciou em favor de John Majors, após conflitos internos em seu partido.
Indira Gandhi - Apesar do nome, Indira, a primeira mulher a comandar a Índia, entre 1966 a 1977 e entre 1980 e 1984, não tinha nenhum parentesco com Mahatma Gandhi. Ela iniciou sua carreira política como colaboradora do pai, Jawaharlal Nehru. Durante seu governo nacionalizou bancos e assinou um tratado de amizade com a União Soviética. Em 1971, prestou apoio militar ao movimento que separou parte do leste do país, que se tornou Bangladesh. Em 1975 foi acusada de fraude eleitoral, decretou estado de emergência e passou a governar com poderes semelhantes ao de uma ditadura. Ela foi responsável por políticas de controle de crescimento populacional. Indira foi assassinada em 1984 após ordenar a invasão do Templo Dourado de militantes do grupo Sikh, que provocou mais de 600 mortes. Ela foi morta por dois guardas pessoais que pertenciam ao grupo Sikh.
Johanna Sigurdardottir - Ela assumiu o governo da Islândia em 2009 como a primeira mulher declaradamente homossexual a ocupar o cargo de primeira-ministra no mundo. Johanna foi casada com Porvaldur Steinar Jóhannesson, com quem teve dois filhos, mas se divorciou e casou novamente em 2002 com a jornalista e escritora Jonina Leosdottir.
Países com tradição de mulheres no poder
Suíça - É um dos países que mais elegem presidentes mulheres no mundo. Em Janeiro de 2010, Doris Leuthard foi eleita para presidente da Confederação. Em 2007, a líder suíça eleita foi Micheline Calmy-Rey e em 1999, quem assumiu o cargo foi Ruth Dreifuss.
Filipinas - O país teve ao menos duas mulheres na liderança do governo: Gloria Macapagal-Arroyo, eleita em 2001, apontada pela revista Forbes, como a quarta mulher mais poderosa do mundo em 2005. Entre 1986 e 1992, o país foi governado por Maria Corazón Sumulong Cojuangco Aquino, responsável por liderar o movimento de derrubada do ditador Ferdinand Marcos.
Irlanda - O país teve duas presidentes no comando do país. A primeira foi Mary Robinson que ficou no poder entre 1990 e 1997. Em seguida, outra mulher assumiu o poder, Mary McAleese, reeleita em 2004.

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