6 de out. de 2010

A questão religiosa

Do blog do Noblat


Em 98, Serra era o alvo das críticas dos religiosos

Francisco Leali, O Globo
As pesadas críticas que a candidata Dilma Rousseff (PT) enfrenta hoje dos religiosos mais conservadores, em 1998 tinham como alvo o então ministro da Saúde e hoje candidato tucano José Serra.
Na época, ele editou uma norma técnica para dar transparência aos procedimentos médicos adotados quando uma mulher fosse vítima de violência sexual. Entre as orientações dadas aos integrantes do Sistema Único de Saúde, o documento dava as diretrizes de como interromper a gravidez gerada por estupro, caso previsto em lei. 

O texto instruía os médicos a realizar curetagem quando o feto tinha até 12 semanas. De 12 a 20 semanas, a orientação é uso de medicamento para interromper a gestação.

Já no caso de fetos de mais de 20 semanas, o texto afirmava que não seria recomendado a interrupção da gravidez. "Deve-se oferecer acompanhamento pré-natal e psicológico, procurando-se facilitar os mecanismos de adoção, se a mulher assim o desejar", diz o documento. 

Apesar de ser um texto de referências médicas e técnicas, a norma acabou sendo na época condenada por movimentos anti-aborto.
As críticas mais ferozes saíram da cidade goiana de Anápolis. Numa paróquia local, o padre Luiz Carlos Lodi comandava por telefone e já via internet um movimento nacional contra toda e qualquer iniciativa que julgasse abortista. O mesmo padre se notabilizou na época por arregimentar fiéis e levá-las para o Congresso onde carregavam cartazes com fotos de fetos destroçados por supostos métodos abortivos.

Em meio a críticas dos religiosos, o então ministro manteve a validade de sua norma técnica.

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