8 de jun. de 2011

PERFIL de Gleisi Hoffmann, ministra da Casa Civil

Da Reuters

SÃO PAULO (Reuters) - A senadora Gleisi Helena Hoffmann (PT-PR), convidada pela presidente Dilma Rousseff a assumir a Casa Civil no lugar do ex-ministro Antonio Palocci, traz um perfil mais técnico que político para um dos ministérios mais importantes do governo.
A dúvida que paira agora é se a senadora no primeiro mandato e mulher do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, será uma boa articuladora política para o governo.
"Ela é uma opção pela novidade", disse o analista político Rafael Cortez, da Tendências Consultoria, sobre a nomeação.
Até poucos dias atrás, ela nem circulava entre os possíveis nomes ventilados para a sucessão de Palocci.
Em meio à crise envolvendo o ministro, a mídia começou a apontar nomes de possíveis sucessores, como a atual ministra do Planejamento, Miriam Belchior, o próprio Paulo Bernardo, ou até a diretora de Gás e Energia da Petrobras, Maria das Graças Foster.
Gleisi, de 45 anos, pode estar vivendo sua primeira temporada no Congresso, mas vem de um círculo próximo da presidente Dilma e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A senadora integra o PT desde 1989 e foi eleita senadora pelo Paraná pela primeira vez em 2010, depois de disputar, sem sucesso, uma vaga no Senado em 2006, apesar da expressiva votação.
Advogada, formada pela Faculdade de Direito de Curitiba, com especialização em Gestão de Organizações Públicas e Administração Financeira, ela também foi secretária de Estado no Mato Grosso do Sul e secretária de Gestão Pública da prefeitura de Londrina.

Em 2002, ela participou da equipe de transição de governo Lula. Foi nomeada no ano seguinte diretora financeira da Hidrelétrica de Itaipu, onde ficou até o início de 2006, sendo a primeira mulher a assumir um cargo de direção em 30 anos de atividades da usina.
"Ela tem experiência técnica, experiência política e é mulher", disse o deputado Paulo Teixeira, líder do PT na Câmara, logo após a nomeação.
Mesmo com um histórico mais técnico, Gleisi foi ganhando experiência política ao longo do tempo, segundo especialistas, nas diversas eleições que disputou e por estar próxima ao círculo do Planalto.
Apesar disso, ela é, ao contrário de Palocci, um nome desconhecido para o mercado financeiro, que acompanhará seus passos de perto. A nova ministra também terá diante de si o desafio de impor um estilo próprio no relacionamento com o Congresso.
"Ela tem menos experiência do que deveria ter para gerenciar um ministério daquele tamanho. (...) Eu torço, rezo para que dê certo", disse Sérgio Guerra, presidente do PSDB, ao um canal televisivo.
Para Alfredo Coutino, diretor para a América Latina da consultoria Moody's International, a substituição de Palocci não deve afetar a condução da economia.
"Acredito que a presidente vai superar rapidamente a sua saída", disse. "Ninguém é indispensável."

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