3 de nov. de 2010

Bolsa família não foi fator preponderante para eleição de Dilma

Do Estadão via blod do Favre

Em 2006 Lula obteve 2 pontos porcentuais adicionais nas cidades mais dependentes do programa. Com Dilma, esse índice caiu pela metade

Daniel Bramatti – O Estado de S.Paulo


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A influência do programa Bolsa-Família como fator motivador do voto diminuiu entre 2006 e 2010, segundo cálculos feitos pelo cientista político Cesar Zucco, brasileiro que leciona na Universidade Princeton, nos Estados Unidos.
Para chegar a essa conclusão, Zucco agrupou cidades com perfil socioeconômico similar, mas com diferentes níveis de cobertura pelo Bolsa-Família, e comparou seus resultados eleitorais.
Tanto em 2006 quanto em 2010, o pesquisador constatou uma correlação direta entre voto e Bolsa-Família: quanto maior o porcentual da população atendida pelo programa nos municípios, maior a probabilidade de voto no candidato do PT. Mas essa correlação mudou nos últimos quatro anos.

No segundo turno de 2006, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva concorreu à reeleição, ele teve, em municípios de perfil similar, 0,2 ponto porcentual de votos a mais para cada ponto porcentual adicional na cobertura do Bolsa-Família.
Por exemplo: comparando-se dois grupos de cidades, um com 50% da população atendida pelo programa e outro com 60%, o petista teve, em média, 2 pontos porcentuais a mais de votos no segundo grupo.
Já em 2010, esse peso caiu pela metade. Tomando como exemplo os mesmos dois grupos de cidades, a candidata Dilma Rousseff teve apenas 0,9 ponto porcentual a mais de votos no segundo grupo.
Segundo o cientista político, não há como apontar o Bolsa-Família como único ou mesmo principal fator de definição de voto em áreas pouco desenvolvidas do País. Os moradores dessas regiões podem ter optado pela candidata governista por diversos outros motivos.
De fato, pesquisas eleitorais do Ibope mostraram , durante a campanha, que Dilma liderava com larga margem sobre José Serra (PSDB) mesmo entre os brasileiros mais pobres que não recebiam o benefício do governo. E, entre os beneficiários do Bolsa-Família, uma parcela significativa (29%) se dispunha a votar no candidato tucano.
O mapa publicado ao lado mostra que Dilma venceu na maioria das cidades com cobertura do Bolsa-Família superior a 40% dos moradores (áreas em vermelho-escuro). Mas Serra também colheu resultados positivos em municípios com esse perfil (áreas em azul escuro).

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