21 de out. de 2010

Eleições e preconceito

A eleição, que no segundo turno tomou proporções de cruzada contra o mal, segundo os extremistas da direita, perde-se nos preconceitos que sofre a candidata favorita.
Primeiro há um inconformismo generalizado de que o governo de um presidente sem escolaridade tenha sobrepujado o de um sociólogo.
Partindo dessa premissa a extrema direito credita todo o bônus deste governo à suas ações passadas tentando reescrever a história e omitir os inúmeros erros e oportunidades perdidas de um governo que sempre pautou suas decisões ao benefício de seus financiadores. A economia era dos financistas e para a banca tudo.
Os erros daquele governo(ou acertos para quem era beneficiado) fizeram uma legião de desempregados, uma dívida pública estratosférica, sucateamento do serviço e empresas públicas.
Atacou o maior patrimônio brasileiro: a crença de que este era um país de futuro.
Incutiu que estávamos fadados ao subdesenvolvimento e a obediência as teorias econômicas dos financistas(Ora, se estudaram em Harvard sabem o que é melhor para um país subdesenvolvido).
Então, diante do caos econômico (crises cíclicas) em que o Brasil vivia, perdeu a eleição para um operário.
O conservadorismo bradou: achavam ruim, agora verão o caos.
Oito anos de bonança, surfando em tempestades como se fossem marolas.
Neste circulo virtuoso que vive o país em que o presidente é aprovado por 80% da população, o conservadorismo bate: ele quer a ditadura, inclusive escolheu uma ex-terrorista para sua sucessora.
O metalúrgico no auge de sua prepotência indicou uma mulher como sua candidata: meus deus, uma decisão de vanguarda não poderia ser tomada por um operário, a vanguarda a nós pertence, quem é ele para usurpá-la.
Diante deste assalto à propriedade das decisões de vanguarda o que restou: a desqualificação.
É uma ex-terrorista!
É inexperiente!
Nunca foi política!(quem bom, pelo que eu saiba é um trunfo não ser político profissional).
É assassina de criancinhas!
Bateu em um torturador!
Ofendeu a igreja!
Abortou (opa! esta foi a mulher do Serra).
Por fim, é mulher!
Preconceito- definição Aurélio:[De pre- + conceito.] S. m. 1. Conceito ou opinião formados antecipadamente, sem maior ponderação ou conhecimento dos fatos; idéia preconcebida. 2. Julgamento ou opinião formada sem se levar em conta o fato que os conteste; prejuízo. 3. P. ext. Superstição, crendice; prejuízo. 4. P. ext. Suspeita, intolerância, ódio irracional ou aversão a outras raças, credos, religiões, etc.:
É a eleição do medo, da destruição do estado laico e do preconceito.
Uma mulher poderá ser presidente do Brasil. Uma mulher extremamente competente, técnica e que nunca foi política, o que é mérito, não demérito.
Por isso voto em Dilma porque não pauto minha decisões em pré-conceitos e sim em fatos e comparações:
Escolho meus candidatos pelas suas convicções e por decisões que ajudaram milhares de pessoas, inclusive os preconceituosos.
Não voto em quem tem conluio com setores da economia que pregam a subserviência ao capital transnacional, que não tem interesse algum no desenvolvimento nacional.
Não voto em quem toma opções pelo poder a qualquer custo, sacrificando inúmeras mulheres e mentindo inclusive, posto que sua mulher realizou o ato que hoje repudia.
Não voto em personagens quem praticam a cultura do medo, que utilizam da ralé da imprensa nacional para difundi-lo.
Não sou preconceituoso e voto na Dilma.

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