Do Diário Catarinense
Com a saída de cena de Hosni Mubarak, 82 anos, os Estados Unidos e Israel perdem um dos seus mais ferrenhos aliados no Oriente Médio e na África. Mubarak, que sucedeu a Anwar el-Sadat, em 1981, governando o Egito com mão de ferro e desfechando ondas sistemáticas de repressão contra a Irmandade Muçulmana, grupo fundamentalista que reúne milhares de adeptos no Egito. Sua política influenciou não só o mundo árabe (a sede da Liga Árabe é no Cairo), como também a África.
Nascido em 1928, estudou na Academia Militar Egípcia, montada pelos britânicos no Cairo – uma das poucas chances de carreira para egípcios pobres na época. Um dos primeiros pilotos do país, Mubarak entrou para a recém-formada Força Aérea Egípcia em 1949. Virou instrutor na Academia da Força Aérea nos anos 1950.
A escalada de Mubarak para o círculo restrito de poder no Egito ocorreu em 1975, quando seu ex-colega de armas Sadat, o nomeou vice-presidente. Mubarak teve um papel importante em implementar as políticas dele. O momento de Mubarak chegou em 6 de outubro de 1981, quando ele escapou do ataque dos oficiais islamitas descontentes com o acordo de paz com Israel. Nomeado presidente pelo partido único do país, o Nacional Democrático, passou a governar com uma política que externamente foi pautada pela paz com Israel.
Na década de 2000, foi aliado das políticas de George W. Bush. Apoiou a invasão do Iraque em 2003, que derrubou Saddam Hussein; ordenou várias vezes o fechamento da fronteira do Egito com Gaza e sugeriu, em um telegrama vazado pelo WikiLeaks, que os EUA ou Israel bombardeassem o Irã. Com sua fortuna, avaliada em, no mínimo, US$ 40 bilhões, poderá partir para um exílio dourado. Ou morrer na terra do Nilo, como disse no seu discurso de quinta-feira.
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