Do blog do David Coimbra, com algumas modificações.
A turma do Chico Buarque era a turma do uísque. Ele, o Tom, o Vinicius, o Baden. Depois, o Chico, esperto, trocou o uísque pela cerveja. Os que não trocaram, morreram. Uísque é para os jovens e fortes.
Bom. Na época do uísque, um dia ele estava na casa do Francis Hime. Eles bebiam e cantavam e riam. O Francis sentou-se ao piano e eles dois começaram a compor uma música de improviso. Mas, de repente, terminou o uísque. Aí o Chico largou a caneta, o papel e o copo. Acabou o uísque, acabou-se a festa. E foi-se embora.
A música ficou inconclusa, o Francis durante semanas, meses e anos insistindo para que ele terminasse a letra, ele na maior preguiça. Até que o Francis aplicou um golpe de mestre:mandou a parte feita para uma cantora, que a gravou em fita cassete. O Francis mandou a fita para o Chico e o desafiou a não arrematar a canção.
O Chico emocionou-se: quem cantava era Elis Regina. Ele terminou a letra, que se tornou uma das mais belas da MPB: “Atrás da Porta”.
Uma das gravações dessa canção entrou para a história. Elis cantava e chorava e, chorando, fez a plateia chorar com ela. Veja a reprodução clicando na imagem abaixo:
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