Já era de conhecimento público o machismo de José Serra. Em 2009, FHC descreveu Serrapara a revista Piauí:
“Antes de decidir, ele ouve bastante gente, mas leva mais a sério as mulheres. Como o Serra é muito competitivo, qualquer conversa dele com um homem tende a se tornar um embate. E com as mulheres ele acha que não tem competição”.
Essa visão de superioridade masculina sobre as mulheres marca os comentários de José Serra. Ele reproduz o cânone machista que inferioriza a mulher, retira dela a autonomia e a transforma em objeto de seus interesses políticos.
José Serra flerta com jornalista quando está sendo entrevistado. E mesmo se dizendo cristão devoto, afirma que na política pode-se ter amantes, desde que seja de forma discreta.
Ele não tem pudor em usar e descartar mulheres na campanha, mesmo que sejam parentes. Colocou a esposa para atacar Dilma falando de aborto. Confrontado sobre esses ataques durante debate televisivo, optou por se calar ao invés de explicar a situação ou defender o posicionamento da esposa. Quando veio a público que Monica e José Serra haviam feito um aborto, Monica foi afastada da campanha.
Ele também usou a filha Veronica: trouxe a público a quebra de sigilo fiscal de Veronica, ocorrida em 2009, acusando o PT de ser o responsável pela quebra de sigilo. No entanto, a quebra de sigilo resultou de disputa entre tucanos mineiros e paulistas. Assim que começaram a divulgar a responsabilidade dos tucanos, e irregularidades sobre Veronica a respeito de quebra de sigilo de brasileiros se tornaram matéria de capa na Carta Capital, Veronica foi convenientemente tirada de foco.
A última pérola machista aconteceu ontem. Em Uberlândia, José Serra afirmou:
Com isso, ele está sugerindo que função de mulher ser cabo eleitoral, manipulando “pretendentes” (vocabulário do século XIX!), trocando atenção masculina por votos. Em resumo: agir como prostituta, não para obter dinheiro e se sustentar, mas para obter votos para ele. No Twitter, Serra foi duramente criticado e recebeu a hashtag SerraCafetao, que está tendo grande repercussão.
Atenção para o “menina bonita“, que descarta, de uma vez só, as mulheres adultas e as mulheres feias (quem define “feiúra”, se beleza não é um padrão universal?) José Serra está reforçando a misoginia e deixando evidente o contexto machista de toda a campanha eleitoral tucana: papel de mulher é ser bonita, obediente e disposta a favores sexuais em nome de um candidato.
Outros episódios serristas podem ser elencados, como a constante tentativa de desqualificar em termos machistas a candidata Dilma Rousseff.
Fica claro que, para José Serra, lugar de mulher é sob as ordens dele. Ele até ouve os conselhos (será que ouve críticas também?) das mulheres, e depois as deixa em segundo plano, retirando-as do limbo somente quando necessário para atingir fins políticos. Se não os atinge, elas são descartadas e ignoradas.
Fato: José Serra é machista. Ao expor seu machismo continuamente, acaba por perder o respeito das mulheres que têm autonomia, que não querem ser manipuladas, que se recusam a agir como prostitutas eleitorais.
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