A conquista de um terceiro mandato consecutivo por qualquer força política
representa uma oportunidade nada desprezível de mudanças na história de um país.
representa uma oportunidade nada desprezível de mudanças na história de um país.
Getúlio Vargas governou o Brasil durante quinze anos consecutivos, entre 1930 e 1945, e ajudou a construir a maior economia industrial do hemisfério Sul. Nos Estados Unidos, Franklin Roosevelt redefiniu o perfil de seu país ao passar três mandatos e meio na Casa Branca.
É óbvio que ninguém precisa comparar Dilma Rousseff a tais personagens. Seria absurdo — ao menos pelo que se conhece hoje. Mas essas lembranças ajudam a refletir sobre o que estará em jogo em seu mandato.
Dilma poderá ou não consolidar mudanças positivas produzidas no governo Lula. Poderá ou não aproveitar oportunidades que a conjuntura internacional irá oferecer nos próximos anos. E terá, ou não, capacidade de enfrentar crises e dificuldades inevitáveis no cotidiano de qualquer governo.
O governo tem uma agenda positiva pela frente. As Olimpíadas e a Copa do Mundo representam boas oportunidades de investimento em obras para infraestrutura. O Pré-Sal representa, sim, uma chance de enriquecimento que pode trazer benefícios para o país. O mercado interno encontra-se num bom momento e os investimentos internacionais produtivos não páram de desembarcar.
Mas o sucesso do governo Dilma irá depender de uma conjuntura apenas mas também de a sua capacidade para oferecer respostas adequadas às questões que surgem. No início da campanha José Serra fez uma observação interessada mas correta. Disse que não existe governo na garupa. É assim mesmo. Ninguém governa o país que recebeu. Todo mundo é obrigado a construir a própria administração dia após dia, no confronto de estímulos, pressões e contradições de origem variada e forma diversa.
Dilma receberá um Congresso menos complicado do que Lula no primeiro
mandato. O senado não é mais oposicionista. Considerando vagas já abertas,
outras que devem surgir em função de novas aposentadorias e afastamentos, ela poderá fazer quatro nomeações para o Supremo Tribunal Federal. Não é pouca coisa. Representa a oportunidade de promover uma mudança completa na relação de forças da principal corte do país.
mandato. O senado não é mais oposicionista. Considerando vagas já abertas,
outras que devem surgir em função de novas aposentadorias e afastamentos, ela poderá fazer quatro nomeações para o Supremo Tribunal Federal. Não é pouca coisa. Representa a oportunidade de promover uma mudança completa na relação de forças da principal corte do país.
O governo Dilma terá de montar um governo compatível com as alianças que
permitiram sua vitória e precisará fazer força para não ser paralizada pela luta interna. Ela herdou uma dor de cabeça que pode se transformar em pesadelo, o caso Erenice Guerra. Também terá de conviver com um Partido dos Trabalhadores renascido como a maior legenda do Congresso, cuja única liderança real, hoje, é o presidente Lula, que não pode ir para o governo nem ter uma atuação política relevante demais sob o risco de criar constrangimentos diversos.
permitiram sua vitória e precisará fazer força para não ser paralizada pela luta interna. Ela herdou uma dor de cabeça que pode se transformar em pesadelo, o caso Erenice Guerra. Também terá de conviver com um Partido dos Trabalhadores renascido como a maior legenda do Congresso, cuja única liderança real, hoje, é o presidente Lula, que não pode ir para o governo nem ter uma atuação política relevante demais sob o risco de criar constrangimentos diversos.
As chances de Dilma se encontram no mesmo universo que garantiu a sobrevivência e consagração de Lula — a economia. A capacidade de equacionar os dramas e dificuldades pela crise cambial, sem prejudicar o crescimento, será o primeiro desafio de seu governo
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