Do sítio do IPEA
Dados são da 11ª edição da Carta de Conjuntura do Ipea, apresentada nesta segunda-feira no Rio de Janeiro
O consumo das famílias avançou pelo 26º trimestre seguido no Brasil, crescendo 6,7% na comparação entre o segundo trimestre de 2010 e o mesmo período do ano anterior. Em relação ao trimestre imediatamente anterior, na série livre de efeitos sazonais, o consumo também registrou alta. Contudo, o crescimento de 0,8% sobre os primeiros três meses de 2010 representou a quarta queda consecutiva, nessa base de comparação. Ainda assim, o crescimento acumulado no primeiro semestre chegou a 8%, o maior em toda a série histórica.
Os dados foram divulgados na 11ª edição da Carta de Conjuntura do Ipea, lançada nesta segunda-feira, 18, na representação do Instituto no Rio de Janeiro. A publicação foi apresentada por Roberto Messenberg, coordenador do Grupo de Análise e Previsões (GAP) do Ipea. Apesar da trajetória de desaceleração apresentada pelo consumo das famílias desde o segundo trimestre de 2009, quando registrou uma expansão, na margem, de 3,1%, as expectativas para o seu desempenho no decorrer do segundo semestre são otimistas, levando-se em conta o atual ambiente econômico do país.
Com a retirada das isenções tributárias em alguns setores importantes da economia no final do primeiro trimestre e o início do aperto monetário no mês seguinte, os agentes econômicos, que já haviam antecipado algumas decisões de consumo, e já se encontravam com um grau de endividamento elevado, reduziram seus gastos com novas aquisições, fazendo com que a taxa de crescimento do consumo voltasse a cair.
Após este período de acomodação, há indícios de que o ritmo de expansão do consumo das famílias possa voltar a acelerar. Além da interrupção do ciclo de aumento da taxa básica de juros, em virtude do arrefecimento ocorrido nas taxas de inflação, os fundamentos que vinham estimulando as decisões de consumo continuam presentes na economia.
Tanto o mercado de trabalho quanto o mercado de crédito seguem apresentando resultados positivos e, apoiados pela manutenção do crescimento da massa salarial, têm contribuído para manter o ânimo dos consumidores num patamar elevado. De acordo com as pesquisas Sondagens do Consumidor, da Fundação Getulio Vargas (FGV), e o Índice de Confiança do Consumidor (ICC), da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio), os níveis de confiança dos consumidores, após um período de estabilidade durante o primeiro e parte do segundo trimestres de 2010, voltaram a apresentar melhora substancial.
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