A decisão do FED e do governo EUA de injetar um volume gigantesco de dólares no mercado utilizando a prancha a bilhetes significa que a principal economia do mundo pretende financiar sua recuperação as costas do resto do mundo. A queda do valor do dólar implica, além de situação favorável para as exportações norteamericanas, uma desvalorização generalizada das riquezas acumuladas nas Reservas dos bancos centrais, majoritariamente compostas em dólares.
No caso do Brasil, com um Real que sofreu a maior valorização entre as principais moedas após o estouro da crise internacional, o efeito da “guerra cambial” decretada pelos EUA pode ser devastador para sua indústria, seu comércio exterior, sua balança comercial e o emprego.
O aumento do IOF sobre o investimento estrangeiro de curto prazo será insuficiente para conter a avalanche de dólares sobre nossa economia.
O FMI já tem dado indicações claras que os países devem agir para evitar o efeito desestruturante dessa invasão de dólar desvalorizado. Formas mais estritas de controle do fluxo monetário serão inevitáveis, caso o G20 não consiga estabelecer um acordo coletivo. Tais medidas corresponderão a motivações práticas e permitem evitar que a busca de equilibro descampe para o protecionismo, que penalizaria o comércio internacional e afetaria todos os países, em maior ou menor medida.
Convêm reforçar nessas circunstâncias o que tem sido a marca do governo Lula. A responsabilidade e o compromisso com os fundamentos de nossa política econômica. Seu entroçamento com as necessidades do mercado e sua recusa de qualquer populismo, ao mesmo tempo em que se preserva os interesses – neste caso coincidentes – de empresários e trabalhadores brasileiros e do nosso mercado.
Dilma deverá sinalizar com muita força que a política econômica apelará a união de todos os segmentos sociais e partidários em defesa do interesse nacional, com uma política rigorosa. Ela é antípoda de qualquer “fechamento” ou ideologização esquerdista.
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