Coordenador de Dilma afirma que aproximação com Marina é natural
MÁRCIO FALCÃO
DE BRASÍLIA
Integrante da coordenação da campanha de Dilma Rousseff (PT), o deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP) afirmou nesta segunda-feira que é "natural" a aproximação para o segundo turno com Marina Silva (PV), terceira colocada na disputa presidencial.
"Até outro dia a Marina era do PT. É natural que ocorra essa aproximação. Há setores muito próximos a Marina", afirmou.
Cardozo disse que não há mudança de postura e que a campanha vai continuar propositiva. O petista tentou minimizar a frustração no alto escalão da campanha com a continuidade da disputa sustentando que Dilma venceu a eleição. "O segundo turno foi importante para definir a base do governo Lula e vai ser muito importante agora [...] É preciso ficar claro que vencemos a eleição tivemos 47 milhões de votos", disse.
Segundo Cardozo, ainda não foi definido quando nem onde a campanha de Dilma vai recomeçar. O deputado afirmou que a campanha está avaliando os resultados da eleição de ontem e conversando com aliados para consolidar os apoios. Na tarde de hoje, Dilma se reúne com governadores, senadores, deputados e lideres aliados.
Dilma almoçou com Cardozo e o ex-ministro Antonio Palocci em sua casa no Lago Sul, bairro nobre da capital federal.
Pela manhã, a candidata reuniu a coordenação da campanha em um dos escritórios políticos em Brasília para discutir estratégias para o segundo turno. A chamada "onda verde", de Marina e os boatos anti-Dilma divulgados entre os cristãos foram apontados pela campanha como os principais fatores que provocaram o segundo turno, resultado considerado frustrante pelo alto escalão dilmista.
O crescimento de Marina e o impacto dos rumores entre católicos e evangélicos já alertavam há uma semana a campanha de uma possibilidade de ter que enfrentar o tucano José Serra no dia 31. Entre os religiosos, circulava o boato de que Dilma teria dito que nem Jesus tirava dela a vitória, além de declarações anteriores dela a favor da legalização do aborto.
Dilma desmentiu a frase afirmando que sempre evitou comentar a possibilidade de vitória em primeiro turno para rechaçar a idéia de salto alto. A candidata disse ainda que é contra o aborto e que defende que o tema seja tratado como questão de saúde pública.
Comentário: Ao que parece a aproximação não é tão simples.
Em que pese ter sido do PT, o partido atual da Marina tem grande proximidade com o PSDB, inclusive Gabeira já definiu o voto para Serra.
Ate acho que uma parte dos votos de Marina tem característica de voto protesto e não estariam vinculados à sua decisão, contudo os votos dela a seguirão e ela deve optar pela neutralidade ou Serra.
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