O governo exonerou nesta terça-feira (19) mais três funcionários do Ministério do Transportes --José Osmar Monte Rocha, Darcy Michiles e Estevam Pedrosa-- e três do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) --Luiz Claudio dos Santos Varejão, Mauro Sérgio Almeida Fatureto e Maria das Graças de Almeida.
Rocha, que é considerado afilhado de Valdemar Costa Neto (PR-SP), integrou o chamado Grupo Executivo, um comitê encarregado de administrar a dívida do antigo DNER (Departamento Nacional de Estradas de Rodagem), que deu origem ao Dnit e é controlado por Valdemar.
A demissão de Rocha foi oficializada por portaria no "Diário Oficial" da União no mesmo dia em que o jornal "O Estado de S.Paulo" mostrou seu envolvimento num atestado que ajudou na contratação de uma empresa de fachada pelo Dnit por R$ 18,9 milhões.
Michiles e Pedrosa foram indicados pelo ex-ministro Alfredo Nascimento (Transportes), que caiu com as denúncias de corrupção. De acordo com o Ministério dos Transportes, a dispensa de Pedrosa, Varejão e Fatureto são parte da estratégia de "reestruturação" da área de transportes do governo.
Segundo o "Diário Oficial", Michiles pediu demissão. Ele foi deputado federal pelo PL entre 2003 e 2007.
Varejão é ligado ao PT e era coordenador-geral de Operações Rodoviárias. Ele respondia diretamente ao também petista Hideraldo Caron, diretor de Infraestrutura Rodoviária, cujo afastamento também foi determinado pela presidente Dilma Rousseff.
Maria das Graças coordenava a Comissão de Análise Técnica do Dnit, mas a reportagem ainda não conseguiu confirmar se seu nome está envolvido nas acusações.
Ao todo, as denúncias derrubaram até agora 12 integrantes do ministério e de órgãos ligados à pasta. Ainda é esperada a saída de Luiz Antonio Pagot, diretor-geral do Dnit, que está afastado do cargo.
De acordo com a assessoria dos Transportes, o ministro Paulo Sérgio Passos ainda não deu nenhuma orientação sobre a situação do superintendente do Dnit em Mato Grosso Nilton de Brito.
A Folha mostrou hoje que, homem de confiança de Pagot, Brito tem um irmão que é dono de uma empreiteira que tem contratos de R$ 26 milhões com a autarquia. O Planalto informou que a decisão sobre a permanência ou não do superintendente será definida por Passos.
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