A morte de todo homem me diminui, porque pertenço ao gênero humano, como escreveu John Donne, num poema tornado célebre por ter servido de epígrafe a Hemingway em Por Quem os Sinos Dobram.
Assim, lamento a morte de Quércia.
Mas eis aqui uma oportunidade de discutir o TPB, o típico político brasileiro, que Quércia representou tão bem. Você encontra TPBs em todos os partidos. Vivos e mortos. Nos últimos 30 anos, ACM, Sarney, Maluf e Quércia encarnaram o TPB.
Ele tem extremo apego ao cargo e mentalmente é um ancião mesmo quando jovem na carteira de identidade. Só sai no caixão, em geral. Até o último suspiro é uma barreira à renovação.
Serra parece estar adquirindo as feições do TPB.
A ideologia do TPB é fluida. Retine, mais que inspira e ilumina, pois tem o som das moedas.
Quércia entrou pobre na política e saiu rico. É um embaraço. Tinha negócios privados, sempre foi a justificativa. Como um político que dedica à política todas as suas horas pode cuidar de empreendimentos a ponto de torná-los tão prósperos?
O TPB é paroquial, sempre. Quércia e o interior de São Paulo. Sarney e o Maranhão. ACM e a Bahia. Maluf e a cidade de São Paulo, notadamente os motoristas de táxi. Se ele tivesse alcance nacional, não seria um TPB.
O TPB desafia a ciência porque, mesmo sendo um dinossauro, não se extingue.
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