Por Moacir Pereira no Diário Catarinense
Lula vai para o livro dos recordes, com direito a ocupar vários itens. Um retirante nordestino deixa o poder com o Brasil vivendo uma situação privilegiada. Lula possui índices de popularidade insuperáveis e seu governo terminando com índices inéditos em todos os setores econômicos. A inclusão social é uma realidade incontestável que impulsiona a economia. A imagem do Brasil no exterior subiu como nunca, salvo os deslizes causados pelas relações com ditadores. O balanço sobre a atuação em Santa Catarina também é favorável. Em primeiro lugar, nunca se omitiu nas calamidades. Prontamente marcou presença, autorizou verbas federais e mobilizou órgãos públicos.
A infraestrutura não recebeu o impulso merecido e desejado pelos catarinenses. Mas houve investimentos nos portos de Itajaí, São Francisco, Laguna e Imbituba. O setor elétrico teve especial atenção. A subestação da Celesc em Joinville evitou uma grave crise nas indústrias. A linha de transmissão submarina da Ilha vai garantir segurança à distribuição de energia na Capital. A agricultura familiar nunca teve tanto crédito. A compra de equipamentos agrícolas foi incrementada. A habitação popular ganhou impulso. A construção civil beneficiou-se nas duas pontas: no fornecimento de insumos pela indústria e na compra da casa própria. Recursos favoreceram o saneamento básico, a ciência e tecnologia e até a segurança pública.
Destaque para a área educacional. Criou a Universidade da Fronteira e autorizou a instalação de campi da Universidade Federal de Santa Catarina. Os Cefets se espalharam pelo Estado, triplicando as matrículas do ensino profissional, vital para a qualificação da mão de obra. O ProUni ajudou a democratizar as oportunidades.
HERANÇA
Principal interlocutora de Lula em Santa Catarina, a senadora Ideli Salvatti destaca o empenho do presidente em relação a obras estratégicas, citando as rodovias, os portos e, sobretudo, a educação.
– Um escândalo que outros governos não tenham priorizado o ensino profissionalizante, como Lula. E lembra que a economia catarinense foi a maior beneficiária dos altos índices de crescimento, da elevação do nível de renda e da geração de empregos. A Fiesc tem divulgado números que impressionam, a comprovar o cenário extremamente positivo. O presidente Alcantaro Corrêa revelou, na última entrevista do ano, que os empresários procuravam mão de obra qualificada com vela acesa no início de 2010. Nos últimos meses, já contratavam até trabalhadores sem qualificação. Há oferta de mão de obra em diferentes áreas, do ajudante de pedreiro aos engenheiros mais especializados. O agronegócio do Oeste vive uma fase áurea de crescimento. O comércio catarinense realizou o Natal dos sonhos. O movimento nos shoppings e nas lojas do Estado bateu todos os recordes.
O governo Lula deixa como herança para Dilma Rousseff a conclusão da duplicação Sul da BR-101, as duplicações da BR-470, no Vale do Itajaí; da BR-280, no Planalto Norte; e da BR-282, na região de Chapecó.
Ficam para serem executados dois projetos vitais para a economia: a Ferrovia Litorânea, entre Imbituba e São Francisco, e a Ferrovia Leste–Oeste, entre Itajaí e São Miguel do Oeste. Como liderança popular, como condutor da política econômica e, especialmente, como comunicador, Lula já é o maior fenômeno político da história.
30 de dez. de 2010
Lula, um fenômeno
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