Manifestantes que protestam contra a ganância das corporações e a crise econômica continuavam sua campanha nesta segunda-feira em Wall Street, com os líderes da manifestação pedindo que os participantes se vistam de zumbis e tomem parte em outro protesto contra a brutalidade da Polícia de Nova York. As detenções de 700 pessoas perto da Ponte do Brooklin durante o final de semana apenas aumentaram a raiva dos manifestantes, acampados em um parque de Manhattan. O movimento já atraiu apoio ao redor dos EUA, no momento em que as manifestações entram na terceira semana.
Nesta segunda-feira o magnata George Soros, que fez fortuna no mercado financeiro, disse simpatizar com os manifestantes. Soros, que dava uma coletiva de imprensa na sede das Nações Unidas sobre sua participação em projetos agrícolas de larga escala na África, disse compreender a frustração dos pequenos empresários e jovens desempregados.
A ocupação do parque Zuccotti, perto do centro financeiro de Nova York, começou com algumas dezenas de jovens universitários há duas semanas. O movimento atraiu a simpatia de milhares de norte-americanos descontentes com o desemprego e a crise econômica. As detenções em massa aconteceram no sábado, mas nesta segunda-feira os manifestantes se mostravam resolutos em continuar os protestos.
John Hildebrand, um jovem de 24 anos de Norman, Oklahoma, disse que chegou a Nova York no sábado, vindo de avião, e afirmou que é professor desempregado. "Minha revolta é com a influência corporativa sobre a política", ele disse. "Eu gostaria de eliminar o financiamento corporativo das campanhas políticas". Ele disse voltará amanhã para Oklahoma, onde pretende começar um protesto parecido. Um manifestante, William Stack, disse que enviou um e-mail à Prefeitura de Nova York pedindo que todas as acusações contra os detidos sejam retiradas.
"Não é um crime pedir que nosso dinheiro seja gasto para atender às necessidades do povo e não em empréstimos enormes para as grandes empresas", ele escreveu. "Os verdadeiros criminosos são os executivos de Wall Street, não as pessoas que marcham por empregos, saúde e uma suspensão na execução das hipotecas".
A Polícia de Nova York disse que continuará a patrulhar a região próxima ao centro financeiro e que "se alguém quebrar a lei, será preso", disse o porta-voz Paul Browne.
Os manifestantes têm se alimentado do apoio de figuras famosas, como do ator Alec Baldwin, que circula pelos protestos. Baldwin criticou a repressão da polícia nova-iorquina e postou vídeos na internet que mostram policiais jogando gás de pimenta num grupo de mulheres manifestantes. "Isso é inquietante. Eu acho que a Polícia de Nova York está com um problema de imagem", disse Baldwin.
As informações são da Associated Press.
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