Por Moacir Pereira
Santa Catarina volta a conviver com o dramático problema das enchentes. Blumenau está amanhecendo hoje com o mesmo fantasma que se repete desde a chegada dos fundadores. Rio do Sul já sofre os efeitos das inundações. Itajaí poderá pagar um preço maior pelas intensas chuvas que caem em todo o Vale. Outros municípios também registram vítimas, perdas materiais e prejuízos incalculáveis. Milhões e milhões de reais que serão canalizados mais uma vez para a reconstrução, quando deveriam ser aplicados em saúde, educação e segurança.
Neste momento, todas as ações devem se concentrar no apoio e atendimento as famílias desabrigadas, aos que tiveram suas casas alagadas ou que registraram prejuízos em suas organizações. Além do conforto espiritual de uma palavra de solidariedade, que coloque energia boa nesta fase difícil do enfrentamento com as águas e da reconstrução, é fundamental que todos os atingidos se sintam acolhidos, protegidos, incentivados. Que nenhum dos desabrigados venha a sofrer a dor da solidão, da ausência da solidariedade e do esquecimento.
Completada esta fase, que exige presença física e atenção pessoal, espera-se que o poder público não falte. Que não transforme a adversidade em espaço de disputa ou exploração política. E, sobretudo, que as autoridades, nos três níveis do poder, estejam mais sensíveis, sejam mais ágeis nas providências e unam todas as forças e recursos para abreviar o sofrimento de milhares de catarinenses.
Nosso povo tem sido magnânimo nestes momentos de dor. Provas inequívocas de solidariedade foram dadas em situações muito mais trágicas. A enchente que hoje atinge o Vale do Itajaí prenuncia-se como grave, mas até agora os deslizamentos trágicos de 2008, ceifadores de vidas humanas, não se repetiram. Ainda assim, as populações do Vale do Itajaí estarão no direito de indagar por que os anos passam, décadas são transcorridas e não há um sistema seguro de proteção contra as enchentes
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