30 de jun. de 2011

A saga dos professores em Santa Catarina

A greve dos professores em Santa Catarina completa mais de 40 dias e o governo do Estado esperneia para justificar a truculência e a negativa em conceder o determinado pela Lei.
O alegado problema de gestão que causará o pagamento dos valores determinados pela Lei esbarra nos gastos com 24 secretárias regionais, forma que o governo Luis Henrique achou para acomodar os inúmeros políticos da coligação.
Não houve decentralização, tanto é que as decisões ainda são tomadas na capital, que por óbvio, manteve a estrutura anterior.
Alguém acha que a costura de uma coligação tão numerosa com partidos tão distintos, não exigiria a acomodação de inúmeros "cabos eleitorais". Ponto político para o ex-governador, ponto negativo para a democracia e a ética.
Não bastasse a mal fadada criação de órgãos públicos para a acomodação, há acusação de desvio de dinheiro da educação e saúde.
Enquanto isso, os professores, àqueles que definirão o caráter dos catarinenses, recebem valores pífios.
Os deputados estaduais tem salários superiores a R$ 20.000,00, fora os quase R$ 100.000,00 reais para custos de gabinete.
Efetivamente vivemos uma crise democrática e inversão de valores. Ou se valoriza quem de fato constrói a sociedade ou caos social só aumentará, refletindo em aumento da violência, do desemprego e da falta de qualificação.
Os queridos deputados se sentem pressionados, mais pela ação governamental, que exigirá a aprovação do que convir, sobe pena de retaliação do que pelos professores.
Esta luta da classe do ensino é uma luta de todos os catarinenses contra uma política de Estado de miserificação   da educação, até porque povo mal instruído voto por asfalto não por qualidade de vida.

A crise terminal do capitalismo?

por Leonardo Boff, em Carta Maior
Tenho sustentado que a crise atual do capitalismo é mais que conjuntural e estrutural. É terminal. Chegou ao fim o gênio do capitalismo de sempre adaptar-se a qualquer circunstância. Estou consciente Vde que são poucos que representam esta tese. No entanto, duas razões me levam a esta interpretação.
A primeira é a seguinte: a crise é terminal porque todos nós, mas particularmente, o capitalismo, encostamos nos limites da Terra. Ocupamos, depredando, todo o planeta, desfazendo seu sutil equilíbrio e exaurindo excessivamente seus bens e serviços a ponto de ele não conseguir, sozinho, repor o que lhes foi sequestrado. Já nos meados do século XIX Karl Marx escreveu profeticamente que a tendência do capital ia na direção de destruir as duas fontes de sua riqueza e reprodução: a natureza e o trabalho. É o que está ocorrendo.
A natureza, efetivamente, se encontra sob grave estresse, como nunca esteve antes, pelo menos no último século, abstraindo das 15 grandes dizimações que conheceu em sua história de mais de quatro bilhões de anos. Os eventos extremos verificáveis em todas as regiões e as mudanças climáticas tendendo a um crescente aquecimento global falam em favor da tese de Marx. Como o capitalismo vai se reproduzir sem a natureza? Deu com a cara num limite intransponível.

A Alemanha e as lembranças da 2ª Guerra


Do blog quem torturou

Alemães se esforçam para não deixar o mais sangrento conflito do século 20 cair no esquecimento, especialmente para a nova geração que não viveu o Holocausto

29 de junho de 2011 | 0h 00
Alan Cowell, The International Herald Tribune – O Estado de S.Paulo
Caminhando pelas calçadas de Berlim, observamos pequenas placas quadradas de latão colocadas na pedra, cuja finalidade é lembrar tragédias do passado. Aqui, por exemplo, na Niebuhrstrasse 3, duas placas, lado a lado, relembram um casal que viveu ali. Seu destino é narrado em poucas palavras: Siegfried Schloss, nascido em 1868, e Valeska Schloss, “nascida Spiegel”, em 1881, deportados para Lodz em 1941, “assassinados”, ela em dezembro daquele ano, ele no dia de Ano Novo de 1942.
Um pouco mais longe, no número 66, nove placas lembram outras deportações, quando Adolf Hitler levou a cabo sua solução final, quatro da mesma família Wolff. Aqui e ali, essas pequenas lembranças contam historias dispersas cujas lacunas fazem evocar as piores imagens e traçam os cruéis deslocamentos da capital alemã para Theresienstadt, Riga, Minsk ou Auschwitz.
Desde que começou a colocar essas placas, como um tipo de instalação, em 1993, o artista alemão Gunter Demnig, de 64 anos, diz que já instalou 30 mil em muitos lugares da Europa. Delas, disse Petra Fritsche, que trabalha com ele, 10 mil foram colocadas em Berlim desde 2000.
Demnig cobra US$ 138 por placa e tem uma lista de espera de dois anos de moradores ou descendentes dos mortos que querem instalá-las. A maneira como seu trabalho se propagou é mostra como o passado ainda vive na Alemanha mais do que em qualquer outro lugar da Europa, inspirado especialmente pelo Holocausto.

29 de jun. de 2011

Wikileaks: Para China, Brasil não tem capacidade de liderar

Do Terra Magazine

Documentos obtidos pelo Wikileaks e revelados pela agência A Pública mostram que, na avaliação do ex-embaixador chinês em Brasília, a China acredita que o Brasil não tem "capacidade e influência" para ser líder e que as ambições do país excedem seu verdadeiro peso no cenário internacional.
Telegramas de agosto de 2008 registram diálogo dos então embaixadores da China, Chen Duqing, e dos Estados Unidos, Clifford Sobel. O representante asiático considerou que o Brasil não possuía qualificação para pleitear assento permanente no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas e estava "interessado apenas em algumas áreas, e não em paz ou em segurança".
"Em outro telegrama, os Estados Unidos ponderavam que a principal relutância chinesa quanto à reforma no Conselho de Segurança dizia respeito à possível entrada do Japão no conselho. Para os diplomatas, se a China apoiasse o Brasil em seu antigo anseio por uma inserção mais profunda no principal organismo multilateral, estaria por tabela beneficiando os rivais asiáticos", conta a agência.
O embaixador chinês ainda classificou o porto de Santos como "o pior do mundo". E reclamou que a burocracia brasileira é muito confusa, com uma sobreposição de funções. Ainda observou que, por não ter consolidado suas bases para garantir desenvolvimento prolongado e mais crescimento econômico, fica comprometida a meta de reduzir a desigualdade social.

O pacotão Grego: o sistema financeiro empurra um cavalo (de tróia) em Atenas II

Comentário: olha como se produz uma crise para se ganhar com ela

Via Noblat

Na Europa, os lobos governam o galinheiro

No Velho Mundo, a chamada crise das sub-primes, ou como dizem os espanhóis, “a fraude com nome de crise”, retoma o conceito do Sul da Europa como semi-periferia. Há algo em comum entre Espanha, Portugal e Grécia. Estes três Estados perderam quase toda capacidade de decisão soberana, condicionando a democracia a um jogo de faz de conta.
A partir dos convênios e pacotes firmados junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI), sob recomendação do Banco Central Europeu (BCE), restará entre pouca e nenhuma margem de manobra para cada Poder Executivo e blocos parlamentares de sustentação.
Surpreende também a desinformação. Porque, como diz John Kenneth Galbraith, “em economia a maioria sempre se equivoca”. Lá foi pior. O que houve não foi o excesso de gasto público como garantia de um patamar mínimo do Estado de Bem-Estar Social.
Na Europa o sistema financeiro formal entrou na jogatina dos ativos podres da bolha imobiliária dos EUA. A contaminação de bancos de correntistas levou os líderes europeus a convocar uma política de salvação, retirando reservas dos tesouros nacionais e aumentando o endividamento público para os maiores bancos não quebrarem.
O sistema financeiro de moeda única é subordinado ao BCE, e este impõe “políticas de austeridade” como garantia de pagamento das dívidas dos Estados, mantendo assim o fluxo de dinheiro público para as empresas bancárias.
Como nos explica o economista Vincenç Navarro (navarro.org), o alvo são os caixas estatais e sua capacidade de endividamento. Os maiores bancos da Europa causaram a “crise”, ganharam com a fraude e são os grandes interessados na imposição dos “pacotes de auxílio”.

Neil Young - Rockin' In The Free World

Em épocas tão obscuras, um pouco de ativismo puro com o Sr. Neil Young

O pacotão Grego: o sistema financeiro empurra um cavalo (de tróia) em Atenas

Comentário: quem pensa que o pacote grego é para salvar o país é um tonto. o Pacote é somente para viabilizar o pagamento dos bancos franceses e alemães. Não tem qualquer função ética no ajuste. É exclusivamente para, mais uma vez, acumular capital e garantir pagamentos. O povo grego legitimamente não apóia o sucateamento a ser imposto a nação. Por isso que a democracia perde legitimidade. O parlamento grego vota a favor do pacote, o que causará enorme recessão e desemprego na Grécia, contrário aos interesses dos eleitores e beneficiando bancos e o mercado financeiro.
Da folha

O Parlamento grego aprovou nesta quarta-feira um amplo pacote de medidas de austeridade que prevê arrecadar 28 bilhões de euros (R$ 63 bilhões) com cortes de gastos e aumento de impostos até 2015, em contrapartida a nova ajuda financeira da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI).
A aprovação era esperada pelo mercado financeiro, em especial o europeu, que acompanhou o voto com atenção e preocupação --caso as medidas não fossem aprovadas, a Grécia não receberia o dinheiro necessário para evitar um calote da dívida que afetaria toda a zona do euro e que poderia chegar tão cedo quanto mês que vem.

Vídeo do Greenpeace criticando a VW

O comercial original do VW era sensacional e o Greenpeace utilizou a idéia para criticar a emissão de CO².
O comercial original no Link abaixo:
http://blogprosecontras.blogspot.com/2011/02/volkswagen-commercial-force.html


Tiririca contra o nepotismo

Algumas considerações sobre a democracia

Cada vez mais parece que a democracia é arte de induzir a maioria de que esta possui alguma possibilidade de direcionar os rumos de um país.
Em tempos de lobbys fortíssimos que direcionam as tomadas de decisões, de políticas públicas que privilegiam o mercado e as grandes corporações em detrimento  do tal bem comum, fica claro que a democracia perdeu o rumo.
Como exemplo de que a ação primordial do governo é agradar os conglomerados e Lobbys é que o BNDES quer emprestar 4 bilhões de reais ao pão de açúcar para que haja a fusão com o Carrefour, sendo que desta nova empresa, o gigante francês será detentor de 50%, ou seja financia-se a criação de uma empresa que aumentará a participação de uma empresa estrangeira no mercado nacional, sem contar as questões de monopólio de mercado, que em São Paulo pode chegar a quase 90% por cento do mercado.
Enquanto o governo agiliza o interesse dos conglomerados, tramita a séculos projeta que determina o fim do fator previdenciário e valorização das aposentadorias de milhares de pessoas, e que não é aprovado por um suposto rombo nas contas públicas.
Primeiro: se o governo cumprir a CF e destinar todas as contribuições previdenciárias para o pagamento das aposentadorias, a previdência deixa de ser deficitária.
Segundo: Incluir trabalhadores rurais no deficit da previdência tem como único intuito enganar a população posto que é política de assistência social e de possibilitar que o trabalhador rural não abandone o campo, tendo renda para manter-se na área rural.
A política de juros é outro exemplo de como a população é enganada. O aumento de juros é justificado porque a inflação só pode ser contida com a prática. Ora, quem ganha com os juros altos são os bancos que oneram a população e o Estado, que aumenta a dívida pública exponecialmente.
Hoje a democracia brasileira é somente uma forma de legitimação da exploração irracional da maioria da população. Os sistema financeiro brasileiro trabalha eternamente (com a ajuda da imprensa) com a política do medo, da criação de expectativa negativa e do risco para que, cada vez mais, o capital tenha valor maior que os envolvidos.
Ao que parece, somos reféns da nossa ilusão. A democracia deixou, desde a década de 1980 nos E.U.A e Reino Unido e década de 1990 no restante da Europa e América do Sul, de ser o poder da maioria para efetivamente funcionar como a ilusão da maioria que legitima a concentração de poder.

Rosivaldo Toscano Jr.: Regime semi-aberto e comparecimento espontâneo par...

Rosivaldo Toscano Jr.: Regime semi-aberto e comparecimento espontâneo par...: "É no momento de fazer cumprir a pena que o Estado deve se revelar como exemplo de obediência aos direitos constitucionalmente garanti..."

O golpe que não foi

De Carta Capital
Luiz Alberto Moniz Bandeira28 de junho de 2011 às 15:05h
Há 50 anos, Jânio Quadros fracassava na tentativa de acuar o Congresso Nacional e voltar a Brasília nos “braços do povo”. Foto: Domicio Pinheiro/AE
A constituição do Brasil, promulgada em 1946, continha todos os elementos da crise política que eclodiu em 25 de agosto de 1961: a contradição entre o Legislativo democrático e o Executivo autocrático, inerente à república presidencialista, cuja proclamação (1889), com um golpe militar, o povo assistiu “bestializado, atônito, surpreso, sem saber o que significava”, conforme reconheceu Aristides Lobo (1838-1896), ministro do Interior do governo provisório do marechal Deodoro da Fonseca (1889-1891).
Durante toda a campanha eleitoral, Jânio Quadros declarou a diversas pessoas que processaria o Congresso perante o povo, culpando-o pela situação do País, caso não lhe desse as leis e os instrumentos necessários para governar. E, depois de eleito, a fim de obter o apoio de Leonel Brizola, governador do Rio Grande do Sul (1959-1963), argumentou que, “com aquele Congresso”, dominado pelos conservadores, não poderia avançar para a esquerda e tomar iniciativas como a limitação das remessas de lucros para o exterior, a lei antitruste e a reforma agrária. Precisava, portanto, de poderes extraordinários. Brizola, embora do PTB, deixou-se seduzir e comentou com o ex-presidente Juscelino Kubitschek a -pretensão de Jânio Quadros e sua disposição de apoiá-la. A conversa com Carlos Lacerda, governador do estado da Guanabara (1961-1965), era diferente, porém, a conclusão era a mesma: “Com aquele Congresso”, não poderia governar, sem fazer “concessões às esquerdas e apelar para elas”.
Quadros pretendia romper os limites constitucionais, mediante um golpe de Estado, não um golpe convencional, dependente das Forças Armadas, e sim um golpe aceito pelo consenso nacional, que lhe possibilitasse governar acima das classes sociais e dos partidos políticos. E, enquanto favorecia os interesses do grande capital, adulava a esquerda com a chamada política externa independente, necessária desde os anos 1950, quando a complementaridade econômica entre o Brasil, que se industrializava, e os EUA começou a desaparecer.

Cruzada religiosa combate direitos civis dos gays


Marcelo Semer no Terra Magazine
De São Paulo
O vereador Carlos Apolinário, ligado à Assembleia de Deus, apresentou proposta para criar em São Paulo, o dia do "orgulho hetero", levando o projeto para votação às vésperas da Parada Gay.
A Marcha para Jesus virou palco de repúdio à decisão judicial que garantiu a união estável homoafetiva, tendo como principal estandarte que "o verdadeiro Supremo é Deus".
A deputada Myriam Rios, hoje missionária católica, fez pronunciamento na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro propagando a expressão "orientação sexual pedófila". Dizia ter medo da proximidade de uma babá lésbica a filhas pequenas ou do assédio de um motorista travesti sobre seus meninos.
Porque a incorporação de direitos civis aos homossexuais está incomodando tanto assim aos ativistas da religião?
Não são eles os primeiros que deveriam se destacar pela defesa do amor, da solidariedade e do abrigo aos mais vulneráveis?
Onde estão as tradicionais preocupações com desigualdades sociais e manifestações de fraternidade?
Há quem diga que os grupos religiosos se sentiram intimidados com a proposta de criminalizar a homofobia.

28 de jun. de 2011

Neoimperialismo brasileiro?

Leonardo Calvano Na Carta Capital
Ao mesmo tempo em que o aumento da influência brasileira está sendo vista com desconfiança pelos nossos vizinhos, o sucesso econômico do Brasil é um modelo a ser seguido. Esse sentimento dúbio, crescente na região, pode ser confundido com neoimperialismo e gerar o surgimento do “antibrasileirismo”, caso o Brasil repita o comportamento das coloniais tradicionais, como os Estados Unidos e Espanha. Isso obriga o País a ser muito mais cuidadoso ao administrar as reações a sua expansão no continente. Existem formas para diminuir essa hostilidade como, por exemplo, fomentar a cooperação técnica e convencer de que todos têm a ganhar com essa integração, tão sonhada por Simon Bolivar.
Em 2008, durante o governo Lula, a expulsão da construtora brasileira Odebrecht do Equador foi um dos primeiros indícios dessa resistência. A empresa foi acusada pelo governo de cometer irregularidades na construção da usina hidrelétrica San Francisco, que teve de ser fechada depois de um ano de uso. A medida também cancelou a construção de quatro projetos que estavam sob responsabilidade da construtora.
O presidente Rafael Correa também ameaçou expulsar a Petrobras caso a empresa não aceitasse as novas regras determinadas pelo governo equatoriano para a exploração petrolífera.

A Grécia na economia da irracionalidade

|Por Paulo Moreira Leite
Três anos depois do colapso de 2008, que jogou o mundo em sua pior crise em 80 anos, volta-se a uma situação de irracionalidade explícita na economia dos países desenvolvidos.
As projeções que chegaram a apontar para uma recuperação e até uma retomada do crescimento no centro do capitalismo foram abandonadas.
Analistas influentes anunciam que, depois de patinar sem nada produzir de muito emocionante, a economia americana pode cair em recessão a partir de 2012.
O principal sintoma dessa situação de risco próximo, contudo, encontra-se na  Europa.
Aguarda-se para a semana que vem a aprovação de um novo pacote financeiro de 120 bilhões de euros que em teoria deveriam ajudar a Grecia. Em tom grave, fala-se em patriotismo, espírito cívico.
Uma avaliação mais atenta da encenação de autoridades economicas do Velho Mundo informa que tudo não passa de fingimento.
É o segundo pacote destinado à Grecia  em um ano. Depois do empréstimo anterior, a situação apenas piorou. Todos os números são mais preocupantes hoje do que há 12 meses. Até o déficit público agravou-se. Não há motivo para se acreditar que o segundo plano será melhor do que o primeiro. Ninguém acredita, aliás.
Publicações respeitáveis pelo sua capacidade de apurar informações qualificadas, como Economist, Financial Times, New York Times, consideram que dificilmente a Grécia será capaz de escapar de um calote em suas dívidas. A maioria acredita que é só uma questão de tempo e de ritmo.

Presídio: “Tudo errado”

Do blog do Moacir Pereira

28 de junho de 2011

O governador Raimundo Colombo atravessa um novo inferno astral com esta absurda fuga em massa do complexo penitenciário de Florianópolis, causando mais insegurança na sociedade. Uma população que já vive assustada com o aumento da criminalidade. Até policiais militares os traficantes estão executando, sem que uma autoridade maior se imponha e coloque ordem na casa. Já houve casos da polícia civil fechar as portas “por medida de segurança”. Seria cômico se não fosse trágico.
O diretor demissionário da Penitenciária Estadual de Florianópolis, Joaquim Walmor de Oliveira, o Juca, é considerado no sistema prisional como um agente zeloso e competente. Nos dois anos e seis meses em que permaneceu no cargo não ocorreu nenhuma fuga. Ele deixou a direção porque “cansou” de pedir providências do governo para dar mais segurança no complexo. Vivia angustiado com a construção de um Centro de Triagem sem as mínimas condições de operação e continuava a comprometer todo o complexo. Disse claramente que o governo Leonel Pavan montou ali “uma bomba relógio”. A OAB-SC denuncia há meses que o Centro de Triagem é totalmente equivocado na concepção, no projeto, na localização e na construção. Está tudo errado, dizem os advogados criminalistas.

27 de jun. de 2011

Sensação térmica de -27ºC



FABRÍCIO ESCANDIUZZI no Terra
Direto de Florianópolis
Depois da neve registrada em quatro cidades de Santa Catarina, o frio intenso tomou conta do Estado. A sensação térmica na região serrana chegou a -27°C no início de manhã desta segunda-feira. Ainda pode nevar na Região Sul do Brasil na manhã desta terça-feira, segundo a Climatempo.
De acordo com as informações do Centro de Recursos Ambientais do Estado (Ciram), os termômetros marcaram -5,4°C em São Joaquim e -4,3°C em Urubici, onde os ventos atingiram rajadas de 90 km/h, aumentando a sensação de frio. A neve que caiu neste domingo não chegou a acumular na serra como ocorreu no último episódio, registrado em agosto do ano passado.
Em Florianópolis, a manhã também foi das mais geladas: os termômetros marcaram 7,5°C por volta das 7h. Mesmo com a volta do sol após vários dias chuvosos, o vento sul trouxe uma sensação de um dia muito mais frio. "É de sofrer. Tenho dó de deixar as crianças na escola", disse o advogado Carlos Alberto Amarante, 36 anos. "Não há aquecimento nas escolas, e então o jeito é encapotar os meninos com muitas blusas", afirmou.
Se por um lado o dia gelado trouxe "sofrimento", por outro acabou animando dezenas de pescadores que enfrentaram a manhã gelada nas praias de Florianópolis à espera das tainhas. Com os barcos a postos, eles esperavam o sinal de que os peixes estivessem por perto. "Com esse frio, elas irão aparecer", disse Crispim Brito, 56 anos.

2ª Turma concede liminar para devedor de pensão alimentar

Do sítio do STF


A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) considerou, nesta terça-feira (21), que a incapacidade econômica é base para evitar a prisão civil do devedor de pensão alimentícia. A Turma determinou a soltura de réu que provou não ter condições de pagar o valor mensal de R$ 400,00.
A decisão foi unânime entre os ministros presentes à sessão, e foi tomada no julgamento de um habeas corpus impetrado pelo responsável pelo não pagamento da pensão. O relator, ministro Gilmar Mendes, informou que, conforme consta dos autos, o acordo inicial era que o réu pagaria pensão mensal no valor de 1,5 salário mínimo, o que equivalia, à época, a R$ 765,00. Entretanto, o Tribunal de Justiça reduziu este valor para R$ 400,00, depois que o réu provou que a pensão estipulada estava além de suas possibilidades.
De acordo com os autos, o TJ convenceu-se de que a firma da qual o réu é sócio está desativada desde 2009 e se encontra em situação falimentar. Haveria, ainda, contra a referida empresa uma execução fiscal no valor de R$ 27 mil, além de o Departamento de Trânsito e o Cartório de Registro de Imóveis terem atestado a inexistência de automóvel ou imóvel que pudessem ser penhorados. Por fim, os extratos bancários da empresa teriam comprovado movimentação bancária reduzida. Desempregado, o réu estaria recebendo R$ 500,00 a título de pro labore de uma empresa de zíperes, e teve sua prisão decretada pela Justiça de primeiro grau pelo não pagamento da pensão.
Quadro abusivo
Diante dessas dificuldades, o ministro relator concluiu que “não parece razoável a decretação da prisão”, porque assim se teria o que ele definiu como “quadro abusivo”.

A promíscua convivência

Cláudio Lembo No Terra Magazine
A dramaticidade do acidente ocorrido no litoral da Bahia, quando várias pessoas morreram com a queda de um helicóptero particular, colocou à tona uma realidade constante na vida administrativa brasileira.
Constatou-se - com a tragédia - a vinculação intima entre empresários e governantes de maneira ostensiva e preocupante. Os empresários e as personalidades da administração devem conviver civilmente.
É inerente à condição humana o diálogo entre pessoas e a troca de informações. Nada mais natural. Foge do comum, entretanto, a convivência promíscua.
Esta ocorre sempre que os agentes públicos e os empresários passam a participar de convescotes e longos fins-de-semana, onde a presença de terceiros se encontra ausente.
É costume das grandes empresas possuírem residências de lazer, com instalações além das costumeiras, para nelas receberem figuras do mundo político e administrativo.

22 de jun. de 2011

No aniversário de FHC

Leia a íntegra do artigo. 

Por Paulo Moreira Leite

Muitos brasileiros tem uma atitude peculiar em relação a Fernando Henrique Cardoso. Nem sempre concordam com o que ele diz ou pensa. Mas frequentemente torcem para que esteja certo.
No aniversário de 80 anos, FHC não é um político popular. Já foi. Na época do Real, FHC foi eleito e reeleito. Poucos políticos estiveram tão associados às mudanças políticas ocorridas no país nos últimos 40 anos. Quando candidatou-se ao Senado, ainda na ditadura militar, o próprio Luiz Inácio Lula da Silva, sindicalista, distribuiu panfleto em porta de fábrica pedindo voto em Fernando Henrique. FHC não ficou com a cadeira, capturada por André Franco Montoro, mas teve uma votação respeitável.
No alto de minha insignificancia, eu era militante estudantil em 1976, na USP, quandoparticipei de um debate com o sociólogo de oposição Fernando Henrique Cardoso. Dividimos a mesma mesa mas não as mesmas idéias. Ele pedia votos para o MDB. Eu fazia campanha pelo voto nulo e a favor da construção de um partido operário. Fernando Henrique gosta lembrar desse episódio, sempre com bom humor, quando nos encontramos. Ele como político, eu como jornalista.
Tudo isso para dizer que FHC marcou a vida de boa parte dos brasileiros durante a luta contra a ditadura. Também colheu o justo mérito pela derrota da inflação com o Plano Real.
Sociólogo, Fernando Henrique sempre teve o raciocínio articulado, pensou e falou muito. Sobre democracia, sobre economia, sobre a evolução do mundo.
Em sintonia com o debate internacional, jamais teve uma visão provinciana dos assuntos brasileiros. Tem bons interlocutores fora do país e conversa com pensadores que  tem idéias de ponta sobre o mundo contemporâneo.
Nos últimos tempos, o assunto de FHC mudou. Como se sabe, FHC fala de drogas e voltou a criticar Luiz Inácio Lula da Silva.
Principais personagens da democratização brasileira, é obrigatório compará-los. Ambos estão condenados a fazer isso, o tempo inteiro. São adversários políticos. Detestam-se sem cordialidade, embora a linguagem de FHC seja um pouco mais rebuscada que a de Lula neste aspecto. Quem sabe por isso machuque um pouco mais, também.
Na luta cotidiana, raros políticos souberam utilizar a própria erudição com tanta eficiencia para alcançar objetivos políticos. Se Lula tinha a biografia, FHC tinha a biblioteca.
Se Lula é o exemplo típico daquele cidadão que cresceu contra tudo e contra todos, FHC é aquele personagem que dá a impressão de que a história sempre esteve a seu favor, mesmo em horas difíceis. Como ele próprio já admitiu diversas vezes, não tem uma biografia de quem foi obrigado a atravessar várias camadas geológicas antes de receber a luz do sol.
FHC é um político que quase sempre conseguiu dar a impressão de que, com ele, as mudanças podem acontecer naturalmente, sem arranhões nem feridas fundas.
Por sua formação intelectual, FHC tem uma cultura que lhe permite avistar longe e  fundo, embora muitas vezes se possa contestar o uso que deu a tanto conhecimento.  FHC tem uma retórica tão eficiente que consegue dar a impressão de que tem razão mesmo quando esta lhe falta. Num país onde mesmo a chamada elite pensante é uma massa ignorante, poucos tem formação para contestá-lo e um número ainda menor se atreve.
A maioria dos admiradores e críticos simplesmente nunca  entende o que ele escreve. Adere ou repele. Muitos nem  tentaram ler.  Falam de teoria da dependencia sem saber do que se trata. Muitos nem sabem que essa “teoria” nunca foi formulada de forma coerente, como um projeto de explicação do país.
Como pensador, FHC teve dois momentos. Participou da construção do desenvolvimentismo, corrente que dominava o pensamento político dos anos 60, que pregava uma forte intervenção do Estado na economia e no progresso social. Tinha uma visão nacionalista e era herdeira, em graus variados, do pensamento marxista.
A partir dos anos 80/90, FHC  tornou-se um advogado da economia de mercado, realizando uma conversão que incluiu a defesa de privatizações e o apoio cada vez mais firme ao papel das empresas privadas no desenvolvimento. Vários de seus antigos companheiros de viagem cobraram que nunca explicou o que estava errado no que dizia antes.

Segurança no trabalho II

21 de jun. de 2011

Google Street View captura imagens de cidades de Santa Catarina

Do DC

Carro do Google capturou imagens no Centro de Florianópolis na manhã desta segunda-feira - Arquivo pessoal / Divulgação

As fotografias podem estar disponíveis no site até o final do ano

As ruas das cidades catarinenses estão sendo mapeadas pelo Google. As imagens capturadas serão disponibilizadas no Google Street View, recurso que mostra vistas panorâmicas de diversas regiões do mundo. No Sul do Brasil, o monitoramento começou a ser feito nas últimas semanas.

Os carros do Google devem percorrer os bairros de todas as cidades de Santa Catarina, começando por municípios maiores como Florianópolis, Joinvile e Blumenau, passando depois para cidades menores. A empresa não divulga datas precisas da captura das imagens em cada local.

Na próxima campanha, lembrem-se do governador que foi eleito e de como ele não cumpre promessas

Intervenção branca

Por C. A. Silveira Lenzi* no Diário Catarinense

A celeuma criada para o preenchimento da recente vaga de desembargador, por antiguidade, no Tribunal de Justiça de Santa Catarina, transformou-se em uma intervenção branca e teve desdobramentos desagradáveis. Começou pelo requerimento de um juiz auditor para ser incluído no quadro de antiguidade dos magistrados catarinenses, o que foi indeferido, inclusive pelo Pleno do TJ, ante a especificidade de conhecimentos exigidos tanto em concurso público quando ao exercício da função de auditor, e por este não integrar a carreira da magistratura, não tendo direito à promoção ao tribunal.

Aberta uma vaga, recentemente, vários magistrados inscreveram-se, inclusive o juiz auditor, obtendo este a inscrição, através de liminar concedida pelo ministro Humberto Martins, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Na mesma época, tramitava na Assembleia Legislativa o Projeto de Emenda Constitucional 57, que veda o acesso de juiz auditor à função de desembargador. A emenda foi aprovada e publicada no Diário Oficial de 13 de maio. Em sessão do dia 18, o Pleno do TJ indeferiu a inscrição do auditor, sendo eleito e empossado o segundo mais antigo. Nova liminar (decisão monocrática, pessoal) do ministro do STJ anulou os atos da sessão, fixando a data de 15 de junho para que o Pleno deliberasse sobre os atos anulados. O desembargador nomeado foi “desnomeado”.

A Procuradoria Geral do Estado promoveu, no Supremo Tribunal Federal (STF), medida cautelar de suspensão da liminar concedida no STJ, que foi deferida, em parte, pelo presidente do Supremo, ministro Cezar Peluso, dizendo que o STJ “não pode exigir e determinar data para a realização de sessão administrativa, já que foi atropelada a independência e autonomia do Judiciário catarinense”. Alertou o ministro Peluso que”a matéria discutida se reveste de índole constitucional e o STF ainda não se manifestou sobre a possibilidade de o auditor militar estadual compor a lista de antiguidade do Tribunal de Justiça.”

A intervenção branca do ministro do STJ foi fulminada, mas o conflito prosseguirá.
*DESEMBARGADOR

Desembargador Gastaldi Buzzi, provável novo Ministro do STJ

Do Blog do Moacir Pereira

O novo ministro do STJ

Encontra-se com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, a lista quadrupla para nomeação de dois novos ministros do Superior Tribunal de Justiça. O ato é prerrogativa da presidente Dilma Rousseff e agora depende de audiências com os quatro candidatos no Ministério. O ministro agendou estas entrevistas para esta semana, mas foi submetido a uma cirurgia. As audiências devem ocorrer na próxima semana.
Pela primeira vez no processo, um magistrado catarinense encabeça a relação com destaque. É o desembargador Marco Aurélio Gastaldi Buzzi, que recebeu 22 votos dos ministros do STJ, contra 17 votos atribuídos ao carioca Marco Aurélio Belizze e ao paulista Carlos Teixeira Leite Filho, e 15 votos dados ao mineiro Herbert José Almeida Carneiro.
O presidente do STJ, ministro Ari Pagendler, já entregou a lista ao ministro da Justiça. Depois das audiências, o processo será submetido à Casa Civil para a escolha e os atos de nomeação pela presidente Dilma.
O desembargador Marco Aurélio Buzzi já participou de outro processo, também com excelente votação.
Recentemente, na indicação do novo desembargador do Tribunal Regional Federal de Porto Alegre, na vaga de um magistrado catarinense, o advogado Osvaldo Pedreira Horn, de Santa Catarina, não foi o nomeado em função da força politica do governador Tarso Genro. Impôs o jogo desde a escolha da lista na OAB, depois no próprio Tribunal e, finalmente, na presidência da República. Horn tinha o respaldo das principais lideranças políticas, parlamentares, autoridades e instituições de Santa Catarina. O presidente do Senado, José Sarney, chegou a pedir por sua nomeação, fundado no critério da proporcionalidade dos Estados. Mas acabou prevalecendo a indicação do governador gaúcho.

Brasil tem carga tributária "leve" para ricos, diz estudo

Alô Miriam Leitão!!
Do Terra
Um levantamento de uma associação internacional de consultorias indicou que o Brasil tem uma carga tributária considerada leve para as classes mais altas. Segundo a rede UHY, com sede em Londres, um profissional que recebe até US$ 25 mil por ano - cerca de R$ 3.300 por mês - no Brasil leva, após o pagamento de imposto de renda e previdência, 84% do seu salário para casa. Já os profissionais que recebem US$ 200 mil por ano - cerca de R$ 26.600 por mês - recebem no final cerca de 74% de seu pagamento. Entre 20 países pesquisados pela UHY, essa diferença de cerca de dez pontos percentuais é uma das menores.
Na Holanda, onde um profissional na faixa mais baixa recebe um valor líquido semelhante ao do Brasil após os impostos e encargos (84,3%), os mais ricos levam para casa menos de 55% do salário. A lógica também se aplica a todos os países do G7, o grupo de países mais industrializados do mundo (EUA, Canadá, Japão, Grã-Bretanha, Alemanha, França e Itália). Nos EUA, enquanto os mais ricos levam para casa 70% do salário, os profissionais na faixa dos US$ 25 mil anuais deixam apenas um décimo da renda para o governo e a previdência.
Tributação ''esdrúxula''
O representante da UHY no Brasil, o superintendente da UHY Moreira Auditores, Paulo Moreira, disse que a pesquisa revela o caráter "esdrúxulo" da carga tributária brasileira. Com grande parte dos impostos sendo coletada de forma indireta, a carga tributária brasileira total supera a tributação à pessoa física, e é estimada em 41%. Como esses tributos circulam embutidos nas mercadorias e serviços consumidos pelos contribuintes, aplicam-se de forma igual a ricos e pobres, explica.

Brizola no Roda Viva da Cultura

Sete anos sem Brizola

Por Pisquila no Nassif


Hoje é o dia do sétimo aniversário da morte de Leonel de Moura Brizola. Brizola, apesar de dispensar maiores comentários, foi sem sombra de dúvidas uma das figuras públicas mais importantes e polêmicas dos últimos sessenta anos da história política nacional. Em homenagem a sua memória, transcrevo abaixo algumas das suas mais célebres frase proferidas. Listei as minhas cinco favoritas.
1)-"Todas as crianças deveriam ter direito à escola, mas para aprender devem estar bem nutridas. Sem a preparação do ser humano, não há desenvolvimento. A violência é fruto da falta de educação"
2)-"Não seria fascinante fazer agora a elite brasileira engolir o Lula, este sapo barbudo?"
3)-“Eu amo a Justiça Eleitoral. Mas não estou tranqüilo com a informatização.”
4)-"Nunca coloquei a Igreja debaixo do braço para me eleger"
5)-"As reformas têm que sair, na lei ou na marra, com flores ou com sangue"

20 de jun. de 2011

Miseráveis entre miseráveis, mais de 10 milhões vivem com R$ 39

Uma população estimada em 10,5 milhões de brasileiros - equivalente ao Estado do Paraná - vive em domicílios com renda familiar de até R$ 39 mensais por pessoa. São os mais miseráveis entre 16,267 milhões de miseráveis - quase a população do Chile - contabilizados pelo governo federal na elaboração do programa Brasil sem Miséria.
Lançado no dia 3 de maio como principal vitrine política do governo Dilma Rousseff, o programa visa à erradicação da miséria ao longo de quatro anos.
Dados do Censo 2010 recém-divulgados pelo IBGE que municiaram a formatação do programa federal oferecem uma radiografia detalhada da população que vive abaixo da linha de pobreza extrema, ou seja, com renda familiar de até R$ 70 mensais por pessoa - que representam 8,5% dos 190 milhões de brasileiros.
A estimativa dos que sobrevivem com até R$ 39 mensais per capita é a soma dos 4,8 milhões de miseráveis que moram em domicílios sem renda alguma e 5,7 milhões de moradores em domicílios com rendimento de R$ 1 a R$ 39 mensais. Estima-se que outros de 5,7 milhões vivem com renda entre R$ 40 e R$ 70 mensais por pessoa da família.
Os números calculados pelo Estado são aproximados e levam em conta o número médio de 4,8 moradores por domicílio com renda familiar entre R$ 1 e R$ 70 mensais.
Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Social com base no Censo 2010, há 4 milhões de domicílios miseráveis no País. Em 1,62 milhão desse total vivem famílias que não têm renda. Em 1,19 milhão de moradias a renda familiar é de R$ 1 a R$ 39 mensais per capita e em outro 1,19 milhão as famílias vivem R$ 40 a R$ 70. Fonte: O Estadão Online 

600 toneladas de tainha em Floripa

17 de jun. de 2011

Tom Jobim

Usar Itaipu como arma seria “tiro no pé”, diz especialista

Do IG

Uso bélico de Itaipu requer destruição da usina e danos afetariam além da Argentina, Brasil e Paraguai

Para o professor Luiz Pinguelli Rosa, diretor do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a construção da hidrelétrica de Itaipu visando seu eventual uso militar, com a possibilidade de inundar a Argentina numa guerra, “seria estupidez”. De acordo com ele, o rompimento da barreira também destruiria territórios brasileiros e paraguaios. Além de causar enorme prejuízo financeiro e estrutural para o País, uma vez que cerca de 25% da energia elétrica consumida no Brasil é proveniente da usina.

“Fazer Itaipu com intenção militar seria uma estupidez, um tiro no pé. Em primeiro lugar, há brasileiros por perto. Não há como atingir só a Argentina. Afetaria também o Brasil e o Paraguai. Em segundo, seria preciso destruir a barragem, pois mesmo abrindo todas as comportas não haveria volume de água suficiente para inundar as cidades. E destruir a barragem, além de enorme prejuízo econômico, também não seria fácil, nem com explosivos”, disse o professor.
Foto: Google MapsAmpliar
No detalhe, hidrelétrica de Itaipu. Na imagem, distância entre a usina e a capital da Argentina, Buenos Aires
A ideia do uso militar de Itaipu para inundar a Argentina foi ressuscitada pelo deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ). Em entrevista ao Poder Online, ele disse que a abertura de certos documentos do governo poderia revelar segredos com potencial de criar atritos entre países.
Funcionários da Usina de Itaipu ouvidos pelo iG, que não quiseram se identificar, também rechaçaram a possibilidade de uso bélico da usina. “Isso é uma bobagem que falavam na época da construção, havia tensão entre as duas ditaduras militares, a Argentina falava que seria uma bomba-hídrica, mas essa possibilidade não existe”, disse.
Acidente